Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

campo verde brilhava com vitalidade. Seria bom se não<br />
precisasse trabalhar tanto com o estômago vazio...<br />
- Ah! Hoje de manhã, antes de sair de casa, meu pai disse<br />
que ao meio-dia, o Imperador faria um pronunciamento<br />
importante pelo rádio. O que será? - falou Kinta dirigindo-se<br />
à Natsu, que continuava a carpir.<br />
- Será que finalmente as tropas americanas vão<br />
desembarcar no Japão? Acho que vão nos mandar enfrentar<br />
o inimigo com lanças de bambu. Será que chegou a hora da<br />
nossa morte?<br />
- Nossa morte?...<br />
- Morrendo, terei paz. Não aconteceu nada de bom até<br />
agora, estando viva. E não tem quem chore a minha morte. É<br />
tudo um vazio!<br />
- Você não queria ir para o Brasil encontrar sua irmã? -<br />
Kinta disse a Natsu, tentando sondá-la sobre suas verdadeiras<br />
intenções, sem que ela percebesse.<br />
- O pessoal do Brasil não existe mais para mim... É como<br />
se todos tivessem morrido... Então, nada mais me prende neste<br />
mundo. Por isso, não tenho medo de morrer.<br />
Natsu continuou a carpir sem parar.<br />
Os três iam puxando a carroça carregada de capim a<br />
caminho do estábulo. Passaram em frente a uma casa e viram<br />
um grupo de lavradores no quintal, todos a chorar. Os três<br />
olharam intrigados.<br />
Natsu olhou para dentro do quintal e viu os lavradores<br />
em volta do rádio que estava colocado cerimoniosamente em<br />
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