Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

Haru guardou a fotografia no bolso e entrou no grupo do<br />
jogo de argolas. Haru lançou a argola, que girou e caiu bem<br />
no pino. Haru finalmente sorriu, tal qual uma menina inocente<br />
de nove anos.<br />
- Acho que a gente vai poder ficar nessa folga somente<br />
agora, enquanto estamos a bordo. Chegando no Brasil, essa<br />
moleza vai acabar. - Shigeru balbuciou repentinamente.<br />
As crianças começavam a compreender a situação de cada<br />
uma das famílias na medida em que se tornavam amigos.<br />
Cada um encarava com indiferença a inexistência de famílias<br />
que viajavam a passeio.<br />
- Meu pai tinha uma fabriqueta, mas teve que fechá-la<br />
devido à recessão desses últimos dois ou três anos. Por isso,<br />
ele se candidatou para emigrar ao Brasil. Mas, nós não<br />
entendemos nada de lavoura. Será que conseguiremos<br />
trabalhar num cafezal? - Takuya balbuciou inseguro.<br />
A família Yamashita não tinha qualquer experiência com<br />
agricultura.<br />
- Parece que, quando os pés de café dão frutos, nós<br />
colhemos e, durante o resto do tempo, é só ficar capinando.<br />
Foi assim que o encarregado explicou... Que até mulheres e<br />
crianças conseguem fazer esse serviço... - explicou Shigeru,<br />
tentando encorajar Takuya.<br />
Haru disse então orgulhosamente:<br />
- Eu não tenho medo, pois ajudava na roça lá em<br />
Hokkaido. Mas... e a escola?<br />
- Dizem que tem escola para japoneses, mas eu prefiro ir<br />
- 67 -