Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

No silêncio do quarto em Hakone, as duas irmãs estavam<br />
com os olhos cheios de lágrimas.<br />
- Ele não recuperou mais a consciência. Papai teve uma<br />
vida cheia de sofrimentos, mas morreu no período mais feliz<br />
de sua vida. Seu rosto era de completa serenidade. Tinha<br />
somente 63 anos. Estava pensando em mandá-lo de volta ao<br />
Japão... Ele afogou todas as dores da vida na bebida e seu<br />
fígado, seu coração e suas veias estavam em frangalhos. Como<br />
ele gostaria de ter encontrado com você...! - balbuciou Haru,<br />
com o olhar baixo.<br />
Chûji insistira sempre no fato de ser japonês. Exaltavase<br />
acreditando no Japão e comandava os seus familiares com<br />
base nessas crenças. Eis que a sua luta, de repente, chegara<br />
ao fim.<br />
Natsu achou que seu pai fora fiel aos seus ideais e que o<br />
seu final era digno de sua personalidade. A vida do pai fora<br />
exatamente a mesma das memórias de sua infância.<br />
Natsu, que nada sabia sobre a morte do pai, dedicava-se,<br />
à época, de corpo e alma para a empresa.<br />
-... Naquela época, eu estava muito preocupada em<br />
ampliar a empresa, e estava correndo para lá e para cá, sem<br />
me lembrar do Brasil e do papai. Transferimos a matriz para<br />
Tóquio, deixando apenas a fábrica em Sapporo. Também<br />
construímos uma casa em Tóquio... Quando fomos para lá,<br />
nossa empresa estava ficando famosa, não somente pelos<br />
biscoitos, mas também pelos doces ocidentais. Não me<br />
esqueço que, nessa época, reencontrei-me com Kinta e<br />
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