Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

não teve um dia sequer em que eu deixasse de lembrar de<br />
Natsu. Eu sentia meu coração dolorido, imaginando que ela<br />
estava chorando, solitária. Porém, graças a Deus, ela estava<br />
feliz... Ela era uma menina de sorte.<br />
- O fato de ela ter contraído tracoma e não ter podido ir<br />
para o Brasil pode ter sido sorte, e não azar.<br />
Yamato também achava que esse encontro estranho de<br />
Natsu com Tokuji fora, mais do que uma coincidência, uma<br />
sorte muito grande que Natsu possuía desde que tinha nascido.<br />
- É verdade. Não sei como foi a vida dela, mas agora é<br />
presidente de uma empresa grande. Em comparação, sua avó<br />
sempre teve azar. Eu trabalhei praticamente quase sem dormir,<br />
pois tínhamos que juntar dinheiro na primeira fazenda de café<br />
que trabalhamos, pois senão, não teríamos condições de ir<br />
buscar Natsu. Então, as verduras que plantamos, não eram só<br />
para o nosso consumo. Vendíamos aos demais colonos<br />
estrangeiros. Consegui chegar a esse ponto e, quando me senti<br />
um pouco aliviada, aconteceram seguidas desgraças. Sinto<br />
arrepios só de lembrar, ainda hoje.<br />
A fisionomia tranqüila de Haru se transformara. Um<br />
acontecimento a fizera perder forças até para pegar o lápis<br />
para escrever cartas à Natsu, o que até então ocorria com<br />
assiduidade. O fato abalara Haru de tal forma que não<br />
conseguira reagir...<br />
"Desculpe-me Natsu. Você deve ter ficado triste,<br />
pois fiquei quase meio ano sem lhe enviar uma<br />
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