Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

e a terrível solidão, olhando para a foto da família que fora deixada<br />
em suas mãos.<br />
O porto de Kobe estava lotado de pessoas que haviam<br />
vindo se despedir dos emigrantes que partiam rumo ao Brasil,<br />
incluindo os alunos da escola situada nas proximidades.<br />
Centenas de bandeiras japonesas tremulavam no cais.<br />
Vencendo a multidão que se aglomerava, Haru viu, pela<br />
primeira vez na vida, um grande navio atracado no cais. Era<br />
o vapor Santos Maru, navio de imigração que transportaria<br />
Haru e os demais emigrantes para o Brasil.<br />
Centenas de familiares embarcavam em grupos, buscando<br />
a última esperança no Novo Mundo, ainda por eles<br />
desconhecido. Tendo subido o passadiço, já não mais se podia<br />
retornar à terra. Estava para começar uma viagem de um mês<br />
e meio no mar.<br />
Apesar de ser o local onde passariam bastante tempo, o<br />
ambiente do navio não podia ser chamado, exatamente, de<br />
confortável. Os camarotes não eram individuais. Era um<br />
espaço parecido com um depósito onde haviam sido montados<br />
diversos beliches de tubos de ferro. Chamavam-nos de<br />
"prateleiras para criação de bichos-de-seda" e eram espaços<br />
sem privacidade, isolados apenas com cortinas. Era ali que<br />
diversas famílias viveriam juntas durante a viagem.<br />
De qualquer modo, Haru e os demais membros da família<br />
Takakura descarregaram os seus pertences nos espaços a eles<br />
reservados.<br />
Logo o navio estaria zarpando. Outras famílias foram para<br />
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