Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

casas separadas para as famílias de Tatsuo e Kunio, reinava<br />
um ambiente de harmonia entre eles, pois constituíam uma<br />
grande família.<br />
Era época de colheita de batatas no Brasil. Todos os que<br />
podiam trabalhar estavam na plantação e Shizu ficara a cuidar<br />
o dia todo do seu bisneto, ainda bebê.<br />
Naquela tarde, quando Haru voltou para casa um pouco<br />
mais cedo, o bebê dormia como um anjo na cadeira da<br />
varanda. Shizu também adormecera a seu lado, como se<br />
estivesse a lhe fazer companhia.<br />
O sol se punha no horizonte, na imensidão do solo<br />
brasileiro.<br />
Shizu havia adormecido para sempre, naturalmente.<br />
- Parecia estar sorrindo. Como papai, morreu no auge da<br />
felicidade. Tive a impressão de que uma era havia chegado<br />
ao fim.<br />
Um quarto de século já se passara desde a morte de Shizu.<br />
Já era quase de manhã, o início de um novo dia nas termas<br />
de Hakone. Haru e Natsu haviam passado a noite conversando.<br />
Natsu ficara triste com a notícia da morte de Shizu, mas<br />
para ela, que não pôde presenciar nem a morte do pai e nem<br />
a da mãe, foi um alívio saber que nenhum dos dois morreu<br />
após enfrentar longa doença, e que encontraram a morte num<br />
período feliz de suas vidas.<br />
- Porém, não pudemos fazê-la voltar para o Japão...<br />
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