Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

consciência tranqüila. Vamos agora procurar um quarto para<br />
você em Tóquio e, depois que eu me certificar que se<br />
matriculou direitinho na faculdade, voltarei para o Brasil.<br />
- Ué? A senhora não disse que se a sua irmã estivesse<br />
viva e pudesse reencontrá-la, queria passar a velhice com ela<br />
no Japão? Não disse que, como japonesa, queria morrer e ser<br />
enterrada em solo japonês?<br />
A insistência de Yamato, Haru respondeu com um sorriso<br />
triste.<br />
Dias depois, no gabinete da presidência da Indústria de<br />
Doces Hokuô, Natsu Yamabe estava concentrada na leitura<br />
de papéis com uma fisionomia séria. O seu semblante se<br />
tornou ainda mais sério, quando alguém bateu em sua mesa<br />
com os dedos.<br />
Era o seu filho primogênito Teruhiko, que, sem ligar para<br />
as preocupações da mãe, sentou à vontade no sofá, num<br />
comportamento insolente. Tirou a gravata que parecia ser de<br />
alguma marca famosa, enfiando-a de qualquer jeito no bolso<br />
do paletó.<br />
- É verdade que uma velha, que diz ser sua irmã, veio do<br />
Brasil com o neto?<br />
Natsu fulminou com os olhos o secretário que estava de<br />
pé, ao seu lado. Ota, o secretário, se ajeitou de forma<br />
desconfortável. Teria sido ele quem falara de Haru para o<br />
seu filho.<br />
Teruhiko era um homem maduro, com seus 58 anos e<br />
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