Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

umo. Tendo saído de Kobe, seguira para Hong Kong, Cingapura,<br />
Sri Lanka 1 , e, dobrando o Cabo da Boa Esperança, na África,<br />
finalmente chegava ao Brasil.<br />
Durante um mês e meio de viagem em que o navio<br />
percorria metade do diâmetro do globo terrestre, os imigrantes<br />
permaneciam juntos. Para passar o tempo, organizavam festas<br />
comemorativas pela passagem da linha do Equador, gincanas<br />
esportivas e outros eventos.<br />
Os pais também se divertiam participando das gincanas<br />
esportivas. Nas mãos que normalmente puxavam enxadas,<br />
levavam colheres com bolas, disputando, para ver quem<br />
chegava primeiro, sem derrubá-las.<br />
As pessoas se sentiam inseguras na medida em que o dia<br />
da chegada ao Brasil se aproximava. Todos sentiam uma<br />
mescla de tensão e insegurança, embora houvesse uma grande<br />
expectativa na vida que os aguardava no Novo Mundo. As<br />
gincanas serviam para aliviar temporariamente a tensão e<br />
contribuíam, também, para fazer novas amizades e<br />
relacionamentos.<br />
Na verdade, a maioria dos emigrantes provinha de famílias<br />
rurais pouco abastadas e as circunstâncias de origem eram<br />
parecidas. Assim, não precisavam de muito tempo para<br />
estreitarem o relacionamento entre si.<br />
Conhecendo-se uns aos outros, era possível falar de<br />
assuntos mais reservados. Aos poucos ia surgindo e crescendo<br />
1 N.T.: Na época denominava-se Ceilão.<br />
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