Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

acompanhar o pai no novo empreendimento, numa nova terra,<br />
preferindo enfrentar desafios.<br />
Os sacrifícios não foram poucos, mas valera a pena, pois<br />
os dois filhos se dedicaram de corpo e alma na construção da<br />
Flora Takakura. Os negócios foram se expandindo, na medida<br />
em que a cultura de crisântemo e de outras flores foram se<br />
ampliando.<br />
- Que bom que seus dois filhos se tornaram bons moços.<br />
Deve ser porque eles sempre viram os pais trabalhando com<br />
fervor e os ajudavam na fazenda, não é? No caso dos meus<br />
filhos, tanto o pai como a mãe viviam sempre ocupados e<br />
nunca estavam em casa. Eles sabiam que os pais davam duro,<br />
mas não os viam trabalhando realmente. Não podíamos fazer<br />
as refeições juntos, ou pior, tinha dias em que nem víamos o<br />
rosto dos meninos, pois saíamos cedo de casa e voltávamos<br />
tarde da noite... Embora achasse que, pelo menos a mãe<br />
deveria ficar junto deles, isso era impossível. Se eu, como<br />
presidente, não comandasse a empresa, ela não iria para<br />
frente... Acho que devia ser uma reação à pobreza da infância,<br />
pois sofri muito quando criança por não ter dinheiro. - Natsu<br />
riu meio que zombando de si mesma.<br />
A época em que os filhos de Natsu demandavam maior<br />
atenção, coincidira com o período em que era necessária a<br />
dedicação aos negócios. Os cuidados com os filhos acabaram<br />
sendo confiados a estranhos.<br />
- O trabalho, na verdade, era para garantir uma vida<br />
tranqüila, sem privações, mas já era tarde quando percebi<br />
- 379 -