Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

- Eu lhe escrevo.<br />
- Não pode. Eu não posso mandar cartas para cá. Se eles<br />
souberem para onde nós fugimos, não sei o que eles fariam...<br />
- É difícil mesmo fugir daqui. Se tiver alguma coisa que<br />
eu possa fazer para ajudar, diga-me. Faço qualquer coisa.<br />
-Não quero envolvê-la. Não queremos causar problemas<br />
para quem vai ficar.<br />
- Vou sentir sua falta...<br />
Takuya era amigo de Haru e entendia seus pensamentos.<br />
Não poderia mais ouvir a sua gaita e, não tendo como comprar<br />
uma lembrança de despedida, Haru colheu um tomate maduro<br />
e ofereceu para Takuya.<br />
- Coma.<br />
- Não, eu não quero. Vamos levar como oferenda a<br />
Shigeru.<br />
Shigeru estava enterrado no cemitério público que ficava<br />
num canto da fazenda. Parecia uma estupa, pois várias tábuas<br />
estreitas e compridas estavam alinhadas. Sob um desses<br />
túmulos novos descansava Shigeru.<br />
Haru colocou o tomate em frente à placa de madeira com<br />
o nome de Shigeru.<br />
-Meu irmão Shigeru está descansando aqui. É muito triste<br />
abandoná-lo aqui.<br />
- Sim, é verdade.<br />
Takuya, em breve, fugirá e não deverá mais visitar este<br />
túmulo. Haru e Takuya juntam as palmas das mãos em frente<br />
ao túmulo de Shigeru.<br />
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