Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

Mesmo que não lhe agradasse ficar com Natsu, se<br />
compreendesse ao menos um pouco sua tristeza, jamais diria<br />
aquelas palavras, pois era o que Natsu mais temia.<br />
Natsu mordeu os lábios.<br />
Kane devia ter sentido remorsos, pois num rompante de<br />
generosidade, virou-se com uma fisionomia mais gentil. No<br />
entanto, virou-se de costas constrangida.<br />
No quarto escuro, já era tarde, mas Nobu ainda trabalhava<br />
sob a luz de uma lamparina. Natsu procurou aconchego no<br />
colo da avó, e Nobu conversava com Natsu enquanto<br />
movimentava a agulha de costura, como se estivesse contando<br />
uma história de ninar.<br />
- Imagine se eles vão se esquecer de você. Eles devem<br />
estar muito ocupados, tentando se adaptar ao Brasil, e não<br />
têm tempo para escrever cartas. Qualquer dia chegará uma<br />
carta!<br />
Kane abriu a porta de correr, levou a filha ao banheiro e<br />
atravessou o quarto, dizendo:<br />
- Vovó, a senhora ainda está acordada? O óleo de<br />
lamparina não é de graça. Mesmo que seja para ajudar Natsu,<br />
não dá para a senhora ficar trabalhando todas as noites até<br />
tarde.<br />
- Kane! - disse Nobu, tentando se levantar, não<br />
suportando mais ficar calada.<br />
Natsu, porém, puxou apressadamente a manga da avó.<br />
-Vovó, vamos dormir. Trabalhando desse jeito a senhora<br />
vai ficar doente!<br />
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