Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

- estava contendo sua voz, mas seus olhos diziam que ele<br />
estava decidido.<br />
- Nós é que fomos tolos em acreditar na propaganda<br />
enganosa da empresa de emigração. - Yozo falou num tom<br />
ríspido.<br />
Quando Haru e os demais embarcaram no navio de<br />
imigração em 1934, estava escrito nos folhetos de<br />
recrutamento de emigrantes para o Brasil, a seguinte frase:<br />
"Um paraíso para lavradores, com solo fértil e clima ameno.<br />
Não há impostos, nem é necessário adubar a terra". Havia<br />
anúncios que escreviam o nome "Brasil" utilizando<br />
ideogramas chineses que significavam "Dançar alegremente<br />
e permanecer".<br />
- Desde que chegamos aqui, tenho buscado informações<br />
sobre outras fazendas, mas nem todas são ruins como essa.<br />
Existem fazendas em que, na medida do possível, querem<br />
empregar mais japoneses porque eles trabalham bem. Falando<br />
francamente, já não espero mais nada deste lugar. Pretendo<br />
ir embora...<br />
- Sr. Yamashita...? - falou Chûji, sobressaltado, fitando<br />
Heizo.<br />
- Não é coisa para se contar aos outros. O senhor também<br />
se conscientizou de que não há como vencer na vida ficando<br />
nesta fazenda. Então, é melhor pensar em sair daqui o quanto<br />
antes.<br />
Yozo logo se sentiu atraído pela idéia, mas ainda assim,<br />
respondeu com cautela:<br />
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