Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

Kiyo parecia estar mais alegre do que antigamente.<br />
- No meu caso, procurei agradar o administrador e passei<br />
a trabalhar como ajudante do capataz. Estudei português<br />
desesperadamente. Graças a Deus, nós dois conseguimos<br />
conquistar a confiança do pessoal da fazenda e cheguei ao<br />
cargo de administrador. As dívidas também já foram todas<br />
quitadas há muito tempo...- Yozo riu orgulhosamente e Shizu<br />
pediu desculpas com toda sinceridade:<br />
- Sinto muito pelo incômodo.<br />
- Deixe disso. Graças ao fato de termos permanecido lá,<br />
pude trabalhar como administrador sem problemas, mesmo<br />
durante a guerra. Levamos uma vida tranqüila. Porém, já se<br />
foi o tempo de levar uma vida acomodada naquele fim de<br />
mundo. Por isso, pedi demissão e resolvi ir para São Paulo.<br />
Mas antes, passei por aqui, para ver como vocês estavam.<br />
- O que você pretende fazer em São Paulo?<br />
- Quero negociar café das fazendas de São Paulo e Paraná,<br />
para vender em outros países... Consegui firmar um contrato<br />
para negociar o café produzido na fazenda em que trabalhei<br />
até agora... Pretendo vender também para o Japão.<br />
Depois da guerra, havia chegado uma era em que se tinha<br />
que viver abertamente em relação ao mundo e Yozo pretendia<br />
colocar essa idéia em prática. Daquele momento em diante,<br />
o consumo de café no Japão só iria aumentar e jamais<br />
diminuir.<br />
Desde há pouco, somente Shizu respondia a Yozo, que<br />
resolveu perguntar a Chûji:<br />
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