Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

de seu físico não ser muito privilegiado em relação aos demais<br />
trabalhadores robustos.<br />
Um automóvel passou por perto e a janela do banco traseiro<br />
abriu-se rapidamente. Um japonês com uniforme de oficial<br />
colocou a cabeça para fora da janela, dirigindo-se a Minoru, em<br />
tom de indagação:<br />
- Você é japonês?<br />
-...?Sim.<br />
- O que faz aqui?<br />
- Sou estivador.<br />
- Logo se vê. Estou perguntando porque gostaria de saber<br />
porque um jovem como você está trabalhando dessa forma, numa<br />
terra estrangeira.<br />
- Eu vim para o Brasil como imigrante, mas me decepcionei<br />
com o país e quero voltar para o Japão. Como não tenho dinheiro<br />
para pagar a passagem de navio, estou trabalhando aqui há três<br />
anos, na esperança de encontrar algum navio cargueiro que volte<br />
para o Japão e que me deixe embarcar, com a condição de poder<br />
trabalhar durante a viagem.<br />
- Lamento muito. Venha até o hotel onde estou hospedado<br />
na sua próxima folga para podermos conversar.<br />
Devido à proposta repentina, Minoru não conseguia<br />
responder de imediato, quando ouviu-se um grito em português.<br />
O capataz repreendia Minoru:<br />
- Ei, japonês, não faça corpo mole. Se não trabalhar, será<br />
despedido!!<br />
Minoru cumprimentou o oficial com educação e voltou para<br />
- 211 -