Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

pesqueiro transoceânico. Podemos vir até a África do Sul<br />
para pescar atuns.<br />
- Trabalhando com pesca?... - Haru perguntou incrédula<br />
e Unno riu, desprezando a si mesmo.<br />
- Vocês não vão voltar para o Japão?<br />
- Não podemos... Por mais que tenhamos trabalhado, não<br />
conseguimos juntar o suficiente para voltar para o Japão,<br />
mesmo passados 18 anos. Quando viemos para o Brasil,<br />
fomos esquecidos pelo Japão. Porém, estava com esperanças<br />
de que, depois que o Minoru voltasse para cá, eu poderia, um<br />
dia, voltar para o Japão. Mas, esse sonho também ruiu... Eu<br />
acho que nunca mais poderei sair daqui. Não posso abandonar<br />
meus pais... Já me conformei.<br />
- Perdoe-me. Eu é que fiz você perder o seu precioso<br />
irmão.<br />
- Não. Meu pai está tão feliz! Foi muito bom para nós.<br />
Muito obrigada.<br />
Ainda que contrariado, Unno perdera muitos<br />
subordinados durante a guerra. Os agradecimentos de Haru<br />
não tinham o significado de salvação para Unno, mas ao<br />
contrário, talvez tivessem servido para fortalecer os seus<br />
sentimentos de culpa.<br />
Haru se despediu de Unno, que andava curvado,<br />
transparecendo seu cansaço.<br />
O sentimento de perda sentido por Haru era grande. Ao<br />
mesmo tempo em que Minoru era o único irmão, era também<br />
a corda de salvação para a liberdade de Haru.<br />
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