Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

Até mesmo Heizo, que não tinha conhecimento sobre<br />
agricultura, reconhecia tal fato.<br />
- Sairemos de madrugada. É melhor não levar nada, somente<br />
a roupa do corpo...<br />
Heizo disse que iria apresentar um japonês que trabalhava<br />
na agricultura. Entretanto, ele mesmo não pretendia usufruir deste<br />
contato, e quem iria era a família Takakura, que no entanto, não<br />
o conhecia. Tinham dúvidas se poderiam abusar de tamanha boa<br />
vontade mas, mesmo que quisessem retribuir, não tinham como,<br />
pois estavam numa situação tal que eram obrigados a fugir no<br />
meio da noite.<br />
Heizo relaxou um pouco com um leve sorriso amargo, diante<br />
da preocupação excessiva de Shizu.<br />
- Todos os japoneses que vieram para o Brasil, estão<br />
sofrendo, de uma forma ou de outra. Entendem que é óbvio<br />
estender as mãos aos patrícios que estão com problemas. Um<br />
dia, talvez, estaremos na situação de ajudar os nossos<br />
conterrâneos.<br />
Shizu meneou a cabeça aquiescendo. A expressão de Heizo<br />
voltou a ser severa e continuou:<br />
- Só que estamos fugindo sem termos cumprido o contrato e<br />
além do mais deixando dívidas. Não sabemos o que poderá<br />
acontecer se nos pegarem... Estejam bem conscientes disso...<br />
Deixem tudo como está... Não deixem que ninguém suspeite...<br />
Tanto Chûji como Heizo queriam evitar, acima de tudo,<br />
arriscar a vida das crianças.<br />
- A ronda está chegando!<br />
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