Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

Ouvia-se de longe a melodia da música Furusato - Terra<br />
Natal, tocada na gaita por Takuya.<br />
A letra da música começava com a frase: "Um dia<br />
voltaremos à terra natal, tendo cumprido a nossa aspiração."<br />
Hokkaido era o lugar em que padeceram de fome e de<br />
frio. Portanto, não seria a inolvidável terra natal. Eles não<br />
tinham um recanto de que pudessem lembrar com saudades.<br />
O som melodioso da gaita ecoava no peito machucado de<br />
Haru e de seus familiares, penetrando-lhes as entranhas.<br />
Ao chegar em casa, Chûji e os seus familiares sentaramse<br />
no chão de terra batida, sem forças nem para falar. Shizu,<br />
apesar de cansada, pôs-se a cozinhar, a fim de preparar o<br />
jantar.<br />
- Outra vez feijão cozido com sal e mandioca?<br />
- O que você quer? Aqui não tem shoyu (molho de soja),<br />
e arroz e carne são caros. Comprando, tudo se transforma em<br />
dívidas. Não tem outro jeito, senão agüentar.<br />
- Mas, no almoço, a gente só come bananas e toma água.<br />
Assim, não temos forças para trabalhar.<br />
Não era sem razão que Shigeru e Minoru, que eram jovens<br />
em idade de crescimento, reclamavam. De fato, não dava para<br />
se sustentar somente com feijão.<br />
- Não reclame. Em Hokkaido, comíamos só uma tigela<br />
de papa de painço, que tinha mais água que outra coisa. Pelo<br />
menos aqui, podemos comer até ficarmos satisfeitos, pois o<br />
feijão é barato. Se reclamar, Deus vai castigar, -tentou confortar<br />
Chûji, mas Shigeru reagiu, contrariado:<br />
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