Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

transportar de caminhão, em duas horas, flores ou verduras<br />
para o mercado de São Paulo. Depois de vencermos muitos<br />
obstáculos, a Flora Takakura tornou-se conhecida pelos<br />
crisântemos. Tatsuo e Kunio decidiram suceder o pai e<br />
passaram a trabalhar e ajudar na fazenda. Não quiseram fazer<br />
curso superior e se dedicaram integralmente a auxiliar Takuya.<br />
Vendo a cena do pai e dos dois filhos trabalhando juntos na<br />
fazenda, eu sentia a felicidade de estar num lar. Adorava ir à<br />
plantação todos os dias. Nessa época, finalmente comecei a<br />
sentir que tinha sido bom ter ido para o Brasil.<br />
Depois de algum tempo, Haru e Natsu voltaram a sorrir.<br />
Havia muitas vantagens em estarem próximos a São<br />
Paulo, uma grande metrópole, principalmente nos aspectos<br />
culturais. Podiam, inclusive, escolher escolas para a<br />
aprendizagem da língua japonesa. Os japoneses eram<br />
tradicionalmente dedicados à educação de seus filhos e esse<br />
costume fora preservado, mesmo com a imigração para o<br />
Brasil. Assim, havia escolas japonesas desde os primórdios<br />
da imigração. No entanto, algumas crianças, como Haru, não<br />
tinham tido a sorte de ter uma escola na fazenda onde foram<br />
trabalhar ou não puderam estudar porque as escolas haviam<br />
sido fechadas com a eclosão da guerra.<br />
Apesar de terem nascido em tempo de paz, Tatsuo e<br />
Kunio, filhos de Haru, escolheram um caminho mais árduo.<br />
Embora pudessem freqüentar a universidade, resolveram<br />
- 378 -