Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

estar muito ocupados e não têm tempo de me<br />
escrever. Trabalho arduamente na roça, todos os<br />
dias. Se eu não trabalhar, não me deixam comer. É<br />
duro e sinto falta de você, mana, mas estou<br />
agüentando, porque sei que daqui a três anos todos<br />
vocês voltarão. Escreva-me. Estou aguardando. "<br />
Mesmo em Hokkaido, o sol era muito forte no mês de<br />
agosto. Se o trabalho na roça for em um lugar sem sombras,<br />
o suor brota da pele, e chega a gotejar. Natsu, que tinha<br />
deixado de ir para a escola, não tinha férias de verão.<br />
Dedicava-se ao trabalho da roça o dia inteiro, enxugando o<br />
suor com as mãos, juntamente com Yosaku e Kane.<br />
Mesmo assim, quando ouvia, por perto, vozes de crianças<br />
conversando e rindo alegremente, sua atenção se voltava sem<br />
querer para eles e ficava distraída, parando de trabalhar.<br />
Imediatemente, ouviam-se os gritos de Kane:<br />
- O que você está fazendo parada? Se não fizer o que eu<br />
mandar, vai ficar sem comida, hein?<br />
-Kane!<br />
Kane não ligava para a repreensão de Yosaku, e então<br />
passou a contra-atacar:<br />
- Se ficar dando moleza como você, ela não vai fazer<br />
nada. Temos que ser severos, senão começa logo a abusar...<br />
Se ao menos a família mandasse algum dinheiro do Brasil<br />
para o sustento dela, eu não reclamaria, mesmo que ela ficasse<br />
brincando. Se pensam que vamos cuidar dela sem dizer nada,<br />
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