Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

incadeira, mas Haru levava a sério e demonstrava autoconfiança<br />
em conduzir sua horta sozinha.<br />
- Papai e os manos estão cansados porque têm que capinar<br />
com empenho. Eu dou conta sozinha. Ainda tem bastante<br />
terra para se cultivar. Vou ampliar a horta cada vez mais.<br />
Colocaram, sem demora, uma panela grande no fogo para<br />
cozinhar o milho. Nesta noite, a família Takakura teria, de<br />
uma forma inesperada, um jantar com muitas iguarias.<br />
Nisso, entrou Kurita com um caderno nas mãos.<br />
- Ainda não jantaram? Desculpe-me. Tive conhecimento<br />
do salário a ser pago, e vim lhes comunicar...<br />
Não havia ninguém que sabia falar português na família<br />
Takakura. Assim, precisavam da ajuda de Kurita nas<br />
negociações com a administração da fazenda. Ele sabia disso<br />
e ajudava sem se incomodar.<br />
- Como pretendemos voltar logo para o Japão, não nos<br />
animamos a aprender português... - Chüji falou num tom de<br />
desculpas, e Kurita tirou o chapéu, com fisionomia<br />
preocupada.<br />
- Falam em voltar logo... mas nas circunstâncias atuais,<br />
não é tão fácil.<br />
Tendo uma mesa farta à sua frente, o que há muito não<br />
ocorria, reinava um ambiente tranqüilo entre os membros da<br />
família Takakura. Mas as palavras de Kurita trouxeram<br />
preocupação.<br />
- Parece que neste ano, a produção do café foi novamente<br />
excessiva, e o preço não está bom. Sabem que o nosso salário<br />
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