Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

com seriedade e pagam pontualmente, gozando da confiança do<br />
proprietário, que é americano. Há garantias de que receberá os<br />
japoneses com prazer.<br />
- Isso é muito animador.<br />
Chûji e Yozo se entreolharam, com alívio.<br />
- O senhor também vai para lá? - Shizu indagou.<br />
Heizo respondeu, um pouco cansado:<br />
- Não. Para mim, já chega de agricultura. Quando eu me<br />
inscrevi como imigrante, pretendia, depois de trabalhar durante<br />
três anos na fazenda e juntar dinheiro, montar uma fábrica em<br />
São Paulo com esses recursos. Já descobri, porém, que não<br />
adianta mais trabalhar como colono, pois não será possível<br />
economizar. De qualquer modo, irei para Santos... Trata-se de<br />
uma cidade portuária, e pretendo juntar dinheiro trabalhando como<br />
estivador.<br />
Se o imigrante não se importasse com a lavoura ou seu futuro,<br />
o trabalho de estivador ou em obras eram os que mais rendiam<br />
de imediato.<br />
-Huum, então existe essa alternativa? Será que posso ir para<br />
Santos também?<br />
Chüji chamou a atenção de Yozo, que falara de uma forma<br />
despreocupada.<br />
-Não fale bobagens. O trabalho de estivador é pesado, e<br />
quem sabe se existe mesmo trabalho por lá.<br />
O Brasil era um país agraciado pela natureza. Tornar-se<br />
grande fazendeiro não era um mero sonho, desde que tivesse<br />
terra e houvesse esforço.<br />
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