Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

- Nós temos que mandar as crianças à escola. Temos que<br />
fazer com que elas não fiquem presas a esta terra árida, e<br />
sim, que um dia, elas possam trabalhar na cidade. Basta que<br />
nós tenhamos uma vida miserável como esta. Fiz até dívidas,<br />
porque quero que elas levem pelo menos, uma marmita.<br />
- Você sabe que se fizermos dívidas, teremos que pagar<br />
com a produção deste ano. Se a safra for ruim outra vez, vamos<br />
ter que fugir mesmo daqui. Não adianta eu economizar aqui<br />
e ali.<br />
- Não se preocupe. A roça é a mesma, mas a família de<br />
Chûji e de Yozo não estão mais aqui. Há menos bocas para<br />
sustentar. Se a safra for boa, vai sobrar colheita para a gente<br />
poder pagar as dívidas.<br />
Não havia qualquer garantia de que a colheita seria boa<br />
naquele ano. A roça árida não mudara e com a diminuição de<br />
braços, o trabalho não rendia, aumentando os encargos para<br />
os que ficaram.<br />
Ao imaginar que Chûji e a família estavam vivendo felizes<br />
no Brasil, Kane estava descontente com o fato de ter que<br />
cuidar de Natsu e ficava irritada com Yosaku, que tentava<br />
protegê-la.<br />
- Não é por isso que precisamos mandar até Natsu para a<br />
escola. Se quiserem educá-la, poderá estudar depois que os<br />
pais voltarem do Brasil.<br />
-Não diga tolices! O curso primário é ensino obrigatório.<br />
É nossa obrigação, uma vez que vamos ficar com Natsu. É<br />
obrigação da família do herdeiro.<br />
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