Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

Haru tocou de leve a mão de Yamato, carinhosamente<br />
colocada sobre seu ombro, como que dizendo "obrigada".<br />
- Falando nisso, acho que eu também não escrevi cartas<br />
para Natsu, na mesma época. Fugimos da fazenda de café,<br />
arrendamos as terras do proprietário americano, tivemos que<br />
desbravá-las e cultivamos algodão.<br />
As reminiscências de Haru, retrocediam rapidamente no<br />
tempo, retardando o cansaço.<br />
Os três anos prometidos à Natsu passaram rapidamente. A<br />
família Takakura se dedicara à cultura de algodão e enfim haviam<br />
conseguido construir uma casa. No quarto ano, estabilizaram-se<br />
aponto da família não passar necessidades quanto à alimentação.<br />
Como o algodão podia ser vendido a um bom preço naquela<br />
época, conseguiram, pelo menos, acalentar esperanças de, com<br />
mais três anos de êxito na safra, ter condições de voltar para o<br />
Japão.<br />
Por outro lado, Minoru, que havia se separado da família e<br />
aguardava, solitário, a oportunidade de voltar para o Japão,<br />
trabalhava como estivador no porto de Santos. A oportunidade,<br />
contudo não aparecia.<br />
Em maio de 1938, no quarto ano após a chegada no Brasil,<br />
uma boa oportunidade estava para ocorrer. Aconteceria o<br />
encontro com a pessoa que decidiria o destino de Minoru.<br />
Via-se a figura de Minoru entre os estivadores que carregavam<br />
as cargas de um navio cargueiro atracado no porto. Minoru<br />
trabalhava com muita diligência, coberto de poeira e suor, apesar<br />
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