Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

se do episódio em que a arma tinha sido apontada para eles<br />
pelo capataz de plantão.<br />
Além do mais, a fuga noturna poderia causar um confronto<br />
entre o fazendeiro e os colonos, levando a um derramamento<br />
de sangue. Dentro da fazenda, havia um guarda noturno<br />
munido de arma, fazendo ronda a noite toda. Tratava-se de<br />
uma precaução contra a fuga. Sem dúvida alguma, haveria<br />
risco de vida.<br />
Comparando com o período inicial da imigração, a fuga<br />
de colonos japoneses nos anos 30, já havia diminuído bastante,<br />
pela melhoria do sistema de trabalho. Mesmo assim,<br />
continuavam existindo administradores arrogantes, e assim,<br />
terem sido enviados para uma dessas fazendas era um sinal<br />
de azar.<br />
Depois de ter suportado todas as agruras de economizar<br />
na alimentação, passado dia após dia executando trabalhos<br />
braçais, fazendo cultivo intercalado, enfrentado uma<br />
catástrofe da natureza como a chuva de granizo, vislumbrado<br />
uma luz no final do túnel e depois vê-la apagada, era mais do<br />
que podiam agüentar.<br />
Apesar de estar sentada numa cadeira confortável, cercada<br />
de móveis sóbrios na sua residência, o rosto de Natsu, que lia<br />
a carta de Haru, era de tristeza.<br />
Antes de completar um ano após a despedida em Kobe,<br />
Shigeru havia falecido. Sofreram com o granizo que destruíra<br />
toda a produção agrícola em questão de minutos.<br />
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