Haru e Natsu - Imigrantesjaponeses.com.br

Chûji e Yozo, no quintal, tomavam banho numa banheira<br />
improvisada num tambor.<br />
As mulheres cantarolavam o Hino de Despedida aos<br />
Patrícios que Emigram para o Brasil e os homens entoavam<br />
a Canção dos Mineiros de Carvão sob a claridade da lua. As<br />
vozes femininas aumentavam, como querendo competir,<br />
provocando os homens, também, a cantar mais alto.<br />
Essa era a vida da roça no Brasil, que acabava de começar.<br />
O trabalho era árduo, mas havia momentos de sossego na<br />
família, que alimentava esperanças no seu futuro.<br />
Haru procurava encontrar tempo, ainda que breve, para<br />
escrever cartas à Natsu.<br />
"No dia seguinte da chegada, papai, Shigeru e<br />
Minoru fizeram as camas, epudemos dormir melhor.<br />
Desde então, a família inteira está colhendo frutos<br />
de café. Aqui o sino toca às cinco horas, e temos que<br />
acordar. Com o toque do sino das seis horas,<br />
partimos para o cafezal. O serviço termina às seis<br />
ou seis e meia da tarde. Temos que trabalhar sem<br />
descanso, sob o sol escaldante. Por isso, no fim do<br />
dia, estamos tão cansados que quase não temos<br />
forças para voltar para casa. "<br />
Pela manhã, às cinco horas, ainda escuro, o sino da<br />
fazenda começava a tocar. O toque do sino, de conotação<br />
pastoral, parecia combinar, com perfeição, ao quadro de Millet<br />
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