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As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

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Contrariamente, manifestam-se Vigevani e Prado (2009, p. 27) ao defender que<br />

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No <strong>caso</strong> brasileiro, o partido político do governador ou do prefeito não é determinante para afirmar a<br />

tendência a maior ou menor ativismo internacional. Marta Suplicy, do PT, foi ativa, mas também o foi o<br />

governador do Ceará de 2003 a 2006, Lúcio Alcântara, do PSDB.<br />

A conclusão desses dois últimos autores, entretanto, não parece muito definitiva, já<br />

que no mesmo artigo, tratando especificamente do <strong>caso</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de São Paulo, apontam<br />

que há uma relação entre as ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s pelos gestores públicos e a maneira pela qual seu<br />

partido político li<strong>da</strong> com a questão internacional. Esta perspectiva fica clara, ain<strong>da</strong> que não tenhamos<br />

elementos que indiquem uma total regulari<strong>da</strong>de, quando analisamos a influência do Partido <strong>dos</strong><br />

Trabalhadores (PT) na condução <strong>da</strong>s relações internacionais <strong>dos</strong> <strong>municípios</strong> e <strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong> em que<br />

governam. Na Prefeitura de São Paulo pudemos verificar que essa ação desenvolveu-se mais nas<br />

administrações Luísa Erundina e Marta Suplicy.” (VIGEVANI e PRADO, 2009, p. 29).<br />

No modelo estatístico, testar-se-á a relação presente na literatura nacional, entre a<br />

existência de áreas internacionais e o fato do partido do prefeito ser o PT. Espera-se com isso<br />

identificar se há, empiricamente e quantitativamente, influência ideológica na <strong>paradiplomacia</strong>.<br />

Em parte, o partido do prefeito supre a questão ideológica do líder local, mas sabe-se<br />

que nem sempre há relação direta entre sistema de crenças do prefeito e partido pelo qual<br />

escolhe se candi<strong>da</strong>tar à prefeitura. Isso é mais compreensível no sistema partidário brasileiro,<br />

onde as legen<strong>da</strong>s carregam alto grau de fisiologismo e a fideli<strong>da</strong>de partidária é, de forma<br />

concreta, um problema – mesmo sabendo que, após eleitos, os políticos e, em especial os<br />

parlamentares, tendem a votar as matérias legislativas no Congresso de acordo com o<br />

encaminhamento do líder do partido, o que demonstra a existência de leal<strong>da</strong>de partidária<br />

(FIGUEIREDO e LIMONGI, 1999).<br />

Nesse sentido, seria difícil precisar quais outros fatores teriam efeito nos <strong>caso</strong>s em<br />

que o partido do governante local não supre o sistema de crenças. A metodologia quantitativa<br />

dificilmente se adequa a esse tipo de condicionali<strong>da</strong>de, sendo os estu<strong>dos</strong> de <strong>caso</strong><br />

(racionalistas, cognitivos ou construtivistas) ou etnográficos os mais a<strong>da</strong>pta<strong>dos</strong> a tratar dessa<br />

classe de variáveis. Em outras palavras, é possível que a decisão do líder de criar área<br />

internacional não tenha relação com as características objetivas do seu meio ou com o partido<br />

a qual se filiou e concorreu ao cargo.<br />

A decisão pode ter sido toma<strong>da</strong> pelos motivos mais diversos, como uma experiência<br />

internacional que o político tenha tido antes de assumir o governo local (um intercâmbio<br />

quando era estu<strong>da</strong>nte, por exemplo), uma formação universitária em Comércio Exterior ou<br />

Relações Internacionais, ou outra hipótese correlata. O fato é que nem sempre as decisões de

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