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As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

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ou seja, utilizou-se o <strong>caso</strong> gaúcho para tentar afastar essa hipótese (dependendo <strong>da</strong> resposta<br />

encontra<strong>da</strong>) e não necessariamente confirmá-la.<br />

A <strong>As</strong>simetria <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s pressupunha que aquelas regiões que se sentem<br />

mais prejudica<strong>da</strong>s pelos arranjos federativos, que privilegiam elites mais ricas e politicamente<br />

influentes, lançam-se ao exterior com a intenção de superar essas dificul<strong>da</strong>des. Uma lógica<br />

inversa é a do Crescimento <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s, relacionado ao fato de as elites <strong>locais</strong> de<br />

regiões mais desenvolvi<strong>da</strong>s buscarem maiores espaços em to<strong>da</strong>s as áreas de influência<br />

possíveis, inclusive na arena internacional. Por fim, o “me-tooism” trouxe uma discussão<br />

sobre policy diffusion, para verificar a possibili<strong>da</strong>de de imitação de políticas públicas em<br />

<strong>municípios</strong> próximos como determinante na decisão de criar áreas internacionais.<br />

No que concerne à variável dependente, fez-se uso como indicador a presença de<br />

áreas internacionais. Não há dúvi<strong>da</strong> que existem governos <strong>locais</strong> que atuam na <strong>paradiplomacia</strong><br />

sem uma estrutura organiza<strong>da</strong>, mas a presença de uma burocracia específica para isso garante<br />

que essa atuação é, no mínimo, consistente. Além disso, a criação de uma área reflete a<br />

disposição <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des <strong>locais</strong> em desenvolver ativi<strong>da</strong>des transnacionais que vão além <strong>da</strong><br />

simples retórica ou de ações pontuais. Considerando isso, cruzaram-se quatro bancos de <strong>da</strong><strong>dos</strong><br />

– <strong>da</strong> CNM, <strong>da</strong> AFEPA, do FONARI e do estudo de Ribeiro (2008) – e foram identifica<strong>dos</strong><br />

como <strong>municípios</strong> com áreas internacionais àqueles que estavam presente em pelo menos dois<br />

deles.<br />

Mesmo com as quali<strong>da</strong>des inquestionáveis, o modelo de Sol<strong>da</strong>tos não é perfeito; suas<br />

falhas, no entanto, não são conceituais. Elas remetem apenas ao problema de não fortalecer o<br />

lado empírico de suas afirmações. Na ver<strong>da</strong>de, essa não era uma intenção do autor e, portanto,<br />

não pode ser considera<strong>da</strong> realmente uma deficiência. Nesse sentido, grande parte <strong>dos</strong> esforços<br />

foi concentra<strong>da</strong> no objetivo de traduzir as <strong>determinantes</strong> em indicadores mensuráveis para o<br />

modelo estatístico. Encontrou-se formas de transformar o pensamento do autor para<br />

compreender as <strong>determinantes</strong> <strong>locais</strong> <strong>da</strong> <strong>paradiplomacia</strong> <strong>dos</strong> <strong>municípios</strong> no Brasil, algumas<br />

foram mais fiéis às ideias do autor, outras, menos, mas to<strong>da</strong>s com potencial de testar as<br />

hipóteses.<br />

De posse <strong>dos</strong> indicadores e <strong>dos</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong>, poder-se-ia ro<strong>da</strong>r a metodologia escolhi<strong>da</strong>;<br />

identificou-se, no entanto, a necessi<strong>da</strong>de de apresentar com maior profundi<strong>da</strong>de as técnicas<br />

estatísticas emprega<strong>da</strong>s, bem como a noções estatísticas básicas que as sustentam. Na área de<br />

Relações Internacionais no Brasil, os estu<strong>dos</strong> quantitativos são minoria e há um déficit no<br />

aprendizado dessa metodologia nos cursos de graduação e pós-graduação. Os estu<strong>dos</strong> norte-<br />

americanos, que fazem uso recorrente <strong>dos</strong> modelos matemáticos, pressupõem que o leitor tem<br />

conhecimento prévio <strong>da</strong>s técnicas e, portanto, só apresentam seus resulta<strong>dos</strong>. A intenção de<br />

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