As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...
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ecursos também pode levar à recusa <strong>da</strong> segmentação de atores. A segmentação política e de<br />
atores são dois elementos constituintes <strong>da</strong> <strong>paradiplomacia</strong>.<br />
É evidente que nem to<strong>da</strong> ação de política externa em nome <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s<br />
envolve conflitos nessa esfera, apesar de na literatura especializa<strong>da</strong> ser, muitas vezes, <strong>da</strong><strong>da</strong><br />
ênfase nos aspectos de conflito <strong>da</strong> segmentação. A segmentação pode representar a<br />
racionalização no processo de política externa e, em alguns <strong>caso</strong>s, é aceita como tal pelo<br />
governo federal.<br />
2.3 Determinantes <strong>da</strong> <strong>paradiplomacia</strong><br />
A segmentação territorial, como fenômeno <strong>da</strong> segmentação política e de atores, no<br />
nível <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s, representa, em certo sentido, um fenômeno de crise de<br />
representativi<strong>da</strong>de do Estado nação e do governo federal. Apesar de as considerações<br />
ideológicas não serem excluí<strong>da</strong>s, o desenvolvimento de um perfil internacional no nível <strong>da</strong>s<br />
uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s geralmente tem explanação pragmática. O desencantamento com a política<br />
externa do governo federal, em termos substantivos ou procedimentais, e/ou a preocupação<br />
com a inabili<strong>da</strong>de do governo central de ser efetivo sozinho na promoção <strong>dos</strong> interesses<br />
subnacionais, levam ao seu envolvimento direto nas relações internacionais e, mais<br />
especificamente, à segmentação política e de atores, segmentando assim a política externa.<br />
Em resposta, tal envolvimento força o governo federal a procurar por estratégias de<br />
coordenação ou de supervisão com intenção de harmonizar os papéis. Isso pode sobrecarregar<br />
o processo resultante com excessiva burocratização ou reações de conflito que são<br />
adiciona<strong>da</strong>s à crise. Tais ativi<strong>da</strong>des subnacionais minam a noção <strong>da</strong> política externa como um<br />
atributo essencialmente do Estado soberano.<br />
Essa segmentação política e de atores pode ser reduzi<strong>da</strong>, em última instância, à<br />
segmentação de atores, levando a processos de racionalização na execução <strong>da</strong> política externa<br />
se os dois tipos de governo – federal e federado – puderem harmonizar suas atuações.<br />
A noção de racionalização encontra-se nesse contexto, já que a segmentação de ator<br />
pode referir-se a processos de descentralização coordena<strong>da</strong> na política externa, onde o<br />
governo federal aceita, junta forças com as uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s, coordena ou monitora a<br />
execução <strong>da</strong> política externa subnacional e gerencia para monitorar as várias ativi<strong>da</strong>des<br />
transgovernamentais com suas próprias políticas.<br />
A descentralização poderia fortalecer a uni<strong>da</strong>de e a eficiência nas relações exteriores<br />
e tornar-se solução para a crise do Estado nação na política externa. Em épocas de<br />
especialização, de necessi<strong>da</strong>de de eficiência de custos, de recursos públicos limita<strong>dos</strong> e de<br />
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