As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...
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<strong>locais</strong> <strong>dos</strong> <strong>municípios</strong> de grande porte e <strong>da</strong>s regiões de fronteira têm maior probabili<strong>da</strong>de de<br />
atuar internacionalmente. Isso também foi ver<strong>da</strong>de para as características sociais. Quando o<br />
IDH-municipal é maior e quando o município possui instituição de ensino superior, a<br />
probabili<strong>da</strong>de de possuir área internacional também aumenta.<br />
<strong>As</strong> <strong>As</strong>simetrias <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s e o Crescimento <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s<br />
foram testa<strong>dos</strong> em cenários distintos e grande parte deles, por testar o mesmo pressuposto,<br />
apresentou multicolineari<strong>da</strong>de estatística. A consequência disso é que se utilizou somente o<br />
indicador “pertence ao estado de São Paulo”. Essas <strong>determinantes</strong> eram excludentes, ou seja,<br />
se a <strong>As</strong>simetria fosse um fator explicativo, automaticamente o Crescimento não seria.<br />
Observou-se que na teoria as <strong>determinantes</strong> coabitam, mas para retratar a <strong>paradiplomacia</strong><br />
brasileira por meio de apenas uma equação uma delas teria efeito positivo na presença de<br />
áreas internacionais.<br />
Em outras palavras, apesar de as duas hipóteses (basea<strong>da</strong>s no <strong>caso</strong> de SP) serem<br />
estatisticamente significantes, apenas a determinante do Crescimento <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s<br />
foi respal<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo modelo. O fato de o município ser paulista aumenta sua probabili<strong>da</strong>de de<br />
possuir área internacional, ao passo que, o fato de não estar em São Paulo, faz com que essa<br />
probabili<strong>da</strong>de diminua, o que afasta a hipótese <strong>da</strong> <strong>As</strong>simetria.<br />
Da mesma forma, testou-se a hipótese do Regionalismo/Nacionalismo com o <strong>caso</strong> do<br />
Rio Grande do Sul. Nessa variável, descobriu-se que o fato de o município ser gaúcho tem<br />
uma relação positiva com a presença de áreas internacionais. Isso fez com que não se pudesse<br />
rechaçar o Regionalismo/Nacionalismo como determinante, mas considerou-se essa conclusão<br />
importante, já que se pressupunha que ela não seria pertinente para o <strong>caso</strong> brasileiro, mesmo<br />
utilizando critérios mínimos.<br />
Ao contrário do Regionalismo/Nacionalismo, pôde-se rejeitar a determinante do<br />
“me-tooism”. Fez-se uso de um critério mínimo para testá-lo, que foi a proximi<strong>da</strong>de com<br />
outros <strong>municípios</strong> com áreas internacionais, embora sabendo que a imitação de políticas<br />
públicas pode se <strong>da</strong>r em contextos mais avança<strong>dos</strong>. A ideia era que se pudesse afastar essa<br />
hipótese quando a forma mais simples descrita na literatura de difusão de políticas não é<br />
cumpri<strong>da</strong>, então, em um estágio mais complexo, ela também não seria significante.<br />
Ao longo de to<strong>dos</strong> esses capítulos tentou-se exprimir o fenômeno não apenas por sua<br />
simples descrição ou pela análise de relações entre as variáveis com um quadro empírico de<br />
observações reduzido. Buscou-se desenhar um modelo explicativo <strong>da</strong> <strong>paradiplomacia</strong><br />
brasileira olhando para to<strong>dos</strong> os <strong>caso</strong>s: o Brasil na sua totali<strong>da</strong>de. Para tanto, extrapolou-se a<br />
percepção teórico-conceitual, trazendo uma quanti<strong>da</strong>de de <strong>caso</strong>s que permitisse a<br />
generalização <strong>da</strong>s <strong>determinantes</strong> para to<strong>dos</strong> os governos <strong>locais</strong> brasileiros.<br />
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