As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...
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Para o autor, as ativi<strong>da</strong>des externas <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s podem ser caracteriza<strong>da</strong>s<br />
como um fenômeno em si nos seguintes senti<strong>dos</strong>: primeiro, em termos qualitativos, essas<br />
ativi<strong>da</strong>des têm sido diretas e relativamente autônomas, nas quais as uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s<br />
frequentemente têm e implantam canais e mecanismos domésticos e de serviço externo, assim<br />
como empregam quanti<strong>da</strong>de substancial de seus recursos financeiros na busca de objetivos<br />
próprios de política externa; segundo, as ativi<strong>da</strong>des externas <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s, ou pelo<br />
menos <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des mais dinâmicas, não têm precedentes em termos quantitativos, nos quais<br />
o ritmo tem aumentado signicativamente, tanto em termos de amplitude de escopo (de<br />
matérias sistêmicas cobertas por elas) quanto do número <strong>da</strong>s relações entre atores domésticos<br />
e internacionais (medi<strong>da</strong>s pelo volume de interações e pelo número de parceiros).<br />
Essas ativi<strong>da</strong>des externas têm componentes de política externa, nos quais existem<br />
objetivos, estratégias, táticas, instituições, processos de toma<strong>da</strong> de decisão e manifestações<br />
próprias – por exemplo, visitas e missões externas, acor<strong>dos</strong> com atores estrangeiros,<br />
representação externa direta, etc – que são geralmente similares às ativi<strong>da</strong>des de política<br />
externa do Estado nação (SOLDATOS, 1990).<br />
2.2 O quadro conceitual <strong>da</strong> <strong>paradiplomacia</strong> segundo Sol<strong>da</strong>tos<br />
Sol<strong>da</strong>tos usa uma série de conceitos para apresentar o objeto de estu<strong>dos</strong>. O principal<br />
deles é a ideia de segmentação. Apesar de ter feito uso em escritos anteriores do termo<br />
“fragmentação” no contexto <strong>da</strong> política do Canadá e <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, Sol<strong>da</strong>tos decidiu<br />
adotar o conceito de segmentação, proposto no trabalho de Duchacek (1984). Essa<br />
conceituação pode ser mais apropria<strong>da</strong>, ao indicar que a segmentação nem sempre é um<br />
fenômeno desintegrador (como o termo fragmentação poderia implicar), mas sim, em muitas<br />
instâncias, fazer parte de um processo de racionalização nas relações exteriores.<br />
O autor diferencia dois tipos de segmentação: a segmentação territorial (também<br />
chama<strong>da</strong> de vertical, pois se refere a diferentes níveis de governo – apesar dessa verticali<strong>da</strong>de<br />
não implicar necessariamente relação hierárquica entre eles), onde vários níveis de governo<br />
(federal, regional e municipal) são ativos nas relações exteriores e na execução <strong>da</strong> política<br />
externa; e a segmentação funcional (horizontal), onde, no mesmo nível de governo (seja no<br />
central ou nos federa<strong>dos</strong>), diferentes departamentos e agências governamentais estão<br />
diretamente envolvi<strong>dos</strong> nos negócios externos, devido ao processo de domesticação <strong>da</strong><br />
política externa ou no desenvolvimento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des políticas em assuntos de low politics,<br />
por exemplo.<br />
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