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As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

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pode parecer estranha, mas é crucial que nenhuma, nem um subconjunto de variáveis explique<br />

perfeitamente a VD, já que se isso acontece pressupõe-se que o modelo como um todo é<br />

desnecessário. Esse problema causa grandes desvios padrão. O terceiro significa que a<br />

variância é maior que a espera<strong>da</strong> pelo modelo, que pode ser causa<strong>da</strong> pela violação do<br />

princípio <strong>da</strong> independência. Nesses <strong>caso</strong>s, os erros padrão podem ficar muito pequenos.<br />

Voltar-se-á a esses assuntos de pressupostos e problemas do logit no capítulo a seguir, quando<br />

se adequar o modelo estatístico às suas condicionali<strong>da</strong>des.<br />

4.7 Os Eventos Raros em Relações Internacionais<br />

Surgiram nos últimos anos formas específicas de modelos que tentam trabalhar<br />

condicionali<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s diversas áreas, tanto nas ciências sociais quanto na medicina e na<br />

econometria. Elas se referem, em grande parte, ao suposto problema de estu<strong>da</strong>r <strong>caso</strong>s em que,<br />

nas variáveis dependentes, a quanti<strong>da</strong>de de eventos é massivamente menor do que as do não-<br />

eventos. Na medicina, por exemplo, pode-se imaginar que o número de pessoas com uma<br />

doença rara é infinitamente inferior às saudáveis. Apesar disso, essa enfermi<strong>da</strong>de<br />

possivelmente envolve situações de vi<strong>da</strong> ou de morte para milhares de pessoas e não pode<br />

deixar de ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong> por sua pequena ocorrência na população.<br />

Na Ciência Política e nas Relações Internacionais existem <strong>caso</strong>s congêneres. São<br />

eventos muito menos recorrentes, mas de impacto tão profundo na vi<strong>da</strong> social e política que<br />

devem necessariamente ser foco de estu<strong>dos</strong> dessas áreas. São fatos como guerras, crises<br />

financeiras e golpes de Esta<strong>dos</strong> que, apesar <strong>da</strong> pouca ocorrência, são cruciais na história <strong>da</strong><br />

humani<strong>da</strong>de. Eles já são muito pesquisa<strong>dos</strong> pelos estu<strong>dos</strong> qualitativos, que levantaram à<br />

exaustão detalhes, decisões, mecanismos e contextos que fizeram parte desses eventos<br />

grandiosos; entretanto, esses estu<strong>dos</strong>, por focarem apenas nos eventos e ignorarem os não-<br />

eventos, tendem a se cercar de uma série de vieses que compromete, muitas vezes, suas<br />

conclusões.<br />

Nos estu<strong>dos</strong> quantitativos, a condição de singulari<strong>da</strong>de <strong>dos</strong> fenômenos faz com que o<br />

modelo explanatório atinja complexi<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong> maior do que os encontra<strong>dos</strong> nos modelos<br />

mais tradicionais (muitos deles já apresenta<strong>dos</strong> anteriormente, como o próprio logit). Esse<br />

modelo, denominado de rare events logistic regression (relogit), foi desenvolvido por King e<br />

Zeng (2001a, 2001b). Os autores identificaram justamente algumas imprecisões presentes na<br />

regressão logística ao analisar poucos 1s (eventos) se compara<strong>dos</strong> a 0s (não-eventos).<br />

Eles apontaram dois problemas principais nos méto<strong>dos</strong> tradicionais, o primeiro<br />

baseado na ideia de que o logit subestima a probabili<strong>da</strong>de de ocorrência <strong>dos</strong> eventos raros, e o<br />

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