As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...
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Os <strong>da</strong><strong>dos</strong> utiliza<strong>dos</strong> estão presentes no estudo de Ribeiro (2008), no Observatório <strong>da</strong><br />
Cooperação Descentraliza<strong>da</strong> no Brasil <strong>da</strong> Confederação Nacional de Municípios<br />
(OCDB/CNM) e nas listas de contatos de áreas internacionais <strong>da</strong> <strong>As</strong>sessoria de <strong>As</strong>suntos<br />
Federativos e Parlamentares do Ministério <strong>da</strong>s Relações Exteriores (AFEPA/MRE) e do<br />
Fórum Nacional de Secretários de Relações Internacionais (FONARI).<br />
A base de <strong>da</strong><strong>dos</strong> mais completa foi a <strong>da</strong> CNM, porque ela entrou em contato<br />
telefônico com to<strong>dos</strong> os 5562 <strong>municípios</strong> brasileiros à época. No Observatório, foram lista<strong>dos</strong><br />
dois tipos de grupos de <strong>municípios</strong>, os que possuíam área internacional (grupo 1) e os que<br />
possuíam apenas um assessor para tratar do tema (grupo 2). O primeiro contém 30 <strong>municípios</strong><br />
e o segundo 116, num total de 146 <strong>municípios</strong> com alguma ativi<strong>da</strong>de paradiplomática.<br />
Resolveu-se utilizar os <strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>da</strong>s duas categorias soma<strong>da</strong>s, mas a base, apesar de abrangente,<br />
apresentou alguns <strong>da</strong><strong>dos</strong> inconsistentes. Os 30 <strong>municípios</strong> do grupo 1 foram checa<strong>dos</strong> e<br />
entrevista<strong>dos</strong>, já nos do grupo 2 isso não ocorreu, e justamente aí residiam algumas<br />
informações menos rigorosas. Nesse grupo foram aponta<strong>dos</strong> como responsáveis para assuntos<br />
internacionais, por exemplo, o prefeito (não que não possa sê-lo, mas é pouco provável).<br />
Apesar de pontuais (apenas dois em 116), esses <strong>caso</strong>s deveriam ser revistos (no mais, a<br />
esmagadora maioria apontava assessores de relações internacionais ou de áreas coliga<strong>da</strong>s –<br />
desenvolvimento econômico, por exemplo,– como responsáveis).<br />
O estudo de Ribeiro (2008) listou 29 <strong>municípios</strong> com áreas internacionais e 22 que<br />
têm atuação paradiplomática sem uma área específica. A partir <strong>da</strong>í ela traça,<br />
quantitativamente por meio de pesquisa de campo, uma tipologia para essas atuações. A<br />
tentativa é váli<strong>da</strong>, e assim como no Observatório, traz um perfil <strong>da</strong>s áreas presentes no país. A<br />
análise quantitativa, no entanto, não passa <strong>da</strong> estatística descritiva. Além disso, há viés de<br />
seleção (selection bias) na amostra <strong>dos</strong> <strong>caso</strong>s com apenas 72 e na escolha <strong>dos</strong> critérios, porque<br />
trabalha com classificações como “população igual ou acima de 500 mil habitantes”, ou<br />
noções vagas de “relevância política, econômica ou cultural em regiões metropolitanas”. Em<br />
outras palavras, ela tende a apresentar <strong>caso</strong>s que de antemão já foram enviesa<strong>dos</strong> para mostrar<br />
algumas características (usando os critérios anteriores como exemplo, pode-se identificar no<br />
estudo apenas a <strong>paradiplomacia</strong> <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des grandes, com relevância econômica, política ou<br />
social e que estejam em regiões metropolitanas, e não a <strong>paradiplomacia</strong> do Brasil como um<br />
todo).<br />
<strong>As</strong> listas de <strong>municípios</strong> internacionais <strong>da</strong> AFEPA e do FONARI também apresentam<br />
alguns problemas, sendo o maior deles o fato de considerar apenas os governos <strong>locais</strong> que em<br />
algum momento tiveram algum contato com essas organizações. Conforme visto<br />
anteriormente, muitas vezes a atuação paradiplomática acontece sem o conhecimento do<br />
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