16.04.2013 Views

As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

maior poder local, foi baseado em uma posição oposta à adota<strong>da</strong> pelos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, <strong>da</strong><br />

Confederação para a Federação. O que a <strong>paradiplomacia</strong> discute hodiernamente, em termos de<br />

federação, é a proteção <strong>dos</strong> atores subnacionais contra a força e o poder <strong>da</strong> União, tentando<br />

manter e aumentar algumas de suas prerrogativas, inclusive na política externa.<br />

O que diferencia Esta<strong>dos</strong> unitários de federações e federações de confederações é o<br />

grau de centralização política, que pode ser representa<strong>da</strong> pelas prerrogativas <strong>da</strong> ação externa<br />

(KINCAID, 1994).<br />

Nessa linha, vários autores utilizam o monopólio <strong>da</strong> política externa como um elemento que simboliza<br />

esse grau de concentração de poder e faz que uma federação se aparte de uma confederação. <strong>As</strong>sim, <strong>caso</strong><br />

as uni<strong>da</strong>des inseri<strong>da</strong>s num Estado composto detenham capaci<strong>da</strong>de de atuação externa, integram elas uma<br />

confederação de esta<strong>dos</strong>, ao passo que, se não detiverem tais prerrogativas, compõe, então, uma federação<br />

(PRAZERES, 2004, p.287).<br />

Fica evidente que essa discussão ocorre na distinção entre autonomia e soberania <strong>dos</strong><br />

entes (con)federa<strong>dos</strong>.<br />

Nas federações, mesmo que as uni<strong>da</strong>des subnacionais sejam apenas dota<strong>da</strong>s de<br />

autonomia e nunca de soberania, a atuação transnacional <strong>dos</strong> governos <strong>locais</strong> é facilita<strong>da</strong>,<br />

porque a autonomia e as responsabili<strong>da</strong>des que assumem na política doméstica, fruto <strong>da</strong>s<br />

separações de competências federativas, é facilmente extrapola<strong>da</strong> para o âmbito internacional.<br />

Há um contexto maior nisso, como foi visto no <strong>caso</strong> <strong>da</strong> interdependência, que também facilita<br />

esse acesso ao exterior, mas as prerrogativas que as uni<strong>da</strong>des subnacionais possuem na<br />

federação geralmente são fatores que as colocam a frente de outros governos <strong>locais</strong> de<br />

sistemas unitários (<strong>da</strong><strong>da</strong> a inexistência atual de países confedera<strong>dos</strong>).<br />

Argumenta Lecours, nesse sentido,<br />

Why this growth in paradiplomacy? Several factors contributed to it. First, the federalization or<br />

decentralization of several states (Spain, Belgium, South Africa and even France) over the past twenty<br />

years has made paradiplomacy possible. After all, there could be no such phenomenon without regional<br />

governments with genuine political autonomy (LECOURS, 2004, p.117).<br />

Quanto ao contexto brasileiro, a formação do Estado possui algumas idiossincrasias<br />

se compara<strong>da</strong> ao modelo federativo tradicional. Em efeito, o Brasil não surgiu como Estado<br />

Federado, existindo a forma unitária até a Constituição de 1891 e que, desde então, manteve-<br />

se até os dias atuais com a garantia <strong>da</strong> última Constituição de 1988. A partir desse concerto<br />

democrático, verifica-se que a federação brasileira não é uma federação típica, já que nos<br />

modelos clássicos só há um poder político central (União) e os centros regionais de poder<br />

(esta<strong>dos</strong>).<br />

82

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!