16.04.2013 Views

As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

França e na Holan<strong>da</strong>, são aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong>s, bem como os contatos entre os cantões fronteiriços<br />

suíços que compartilham <strong>da</strong> mesma língua e costumes com os vizinhos länders alemães, as<br />

províncias italianas, os departamentos franceses e o bundeländers austríacos. Nem sempre<br />

essas relações étnicas e culturais visam fortalecer a identi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s regiões perante o governo<br />

central, mas podem buscar recuperar laços com comuni<strong>da</strong>des comuns que, por fatores<br />

históricos (como guerras), foram separa<strong>da</strong>s.<br />

A <strong>paradiplomacia</strong> com motivações culturais não se restringe aos <strong>caso</strong>s de<br />

compartilhamento étnico tranfronteiriço. Prosaicamente, governos subnacionais também se<br />

envolvem em compromissos internacionais devido às suas competências constitucionais com<br />

educação e cultura. Eles se envolvem, por exemplo, em estabelecimento de intercâmbios de<br />

estu<strong>da</strong>ntes, elaboração de regulamentos de assistência a estu<strong>da</strong>ntes estrangeiros em suas<br />

universi<strong>da</strong>des estaduais, financiamentos estu<strong>da</strong>ntis para estrangeiros e organização de visitas<br />

de companhias artísticas de outras regiões do mundo.<br />

Essas ativi<strong>da</strong>des, muitas delas fomenta<strong>da</strong>s no contexto de acor<strong>dos</strong> internacionais<br />

assina<strong>dos</strong> diretamente entre os governos subnacionais ou em complementari<strong>da</strong>de aos laços<br />

econômicos desenvolvi<strong>dos</strong> pelas regiões, levam a contatos internacionais de iniciativas mais<br />

ou menos próprias <strong>dos</strong> governos subnacionais e que não despertam muita atenção <strong>dos</strong><br />

governos nacionais. Apesar de a educação fazer parte <strong>da</strong> política de assistência internacional<br />

<strong>da</strong>s relações exteriores do país, as uni<strong>da</strong>des subnacionais, frequentemente, engajam-se nesses<br />

tipos de projeto, mesmo que em uma escala menor.<br />

Finalmente, Michelmann refere-se às preocupações com o meio ambiente, que<br />

também têm um papel nas motivações <strong>da</strong> <strong>paradiplomacia</strong>, uma função que, ca<strong>da</strong> dia mais,<br />

vem ganhando relevância. <strong>As</strong> ações relacionam-se desde a desastres ambientais pontuais, com<br />

escopo limitado a regiões transfronteiriças (<strong>caso</strong>s de deslizamento, instalação de fábricas<br />

poluentes próximos a rios de fronteira ou áreas constantemente atingi<strong>da</strong>s por chuvas áci<strong>da</strong>s),<br />

mas que necessitam <strong>da</strong> cooperação entre as uni<strong>da</strong>des subnacionais, até a problemas globais,<br />

como é o <strong>caso</strong> <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças climáticas cita<strong>da</strong>s na introdução.<br />

Outro texto-referência e mais recente a tratar <strong>da</strong> relação entre possíveis motivos e<br />

processos de internacionalização busca<strong>dos</strong> pelos atores subnacionais é o de Michael Keating<br />

(2004). Ele retrata três dimensões comuns ao texto de Michelmann, porém com novas<br />

perspectivas, para explicar por que as regiões se lançam ao exterior: econômicas, culturais e<br />

políticas.<br />

Segundo ele, economicamente, as locali<strong>da</strong>des procuram investimentos, mercado para<br />

seus produtos, tecnologia para sua modernização e visibili<strong>da</strong>de para promoverem-se como<br />

destino turístico. Os investimentos diretos visam à criação de empregos, ao crescimento<br />

48

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!