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As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

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O quarto mecanismo de difusão é a coerção. Ao contrário <strong>dos</strong> anteriores, ela é mais<br />

comum em estu<strong>dos</strong> de Política Compara<strong>da</strong> e Relações Internacionais, do que em estu<strong>dos</strong><br />

federativos. Isso porque nesses campos de estudo o processo de coerção horizontal é um<br />

artifício recorrente, senão primordial, quando, por exemplo, um Estado prevalece sobre outro<br />

com medi<strong>da</strong>s como sansões econômicas ou práticas comerciais. <strong>As</strong> coerções podem ocorrer<br />

por meio direto, como nos <strong>caso</strong>s anteriores, ou por meio de instituições como os organismos<br />

internacionais (ONU, FMI, OMC) ou regimes internacionais (COP, TNP, MTCR).<br />

Quanto aos esta<strong>dos</strong> e <strong>municípios</strong> no federalismo, é possível que haja coerção, mas no<br />

sentido vertical (geralmente top-down). É comum notar como decisões políticas do governo<br />

central afetam os esta<strong>dos</strong> e <strong>municípios</strong> na adoção de políticas, especialmente quando elas<br />

envolvem restrição ou aumento de repasses governamentais para áreas específicas, como, por<br />

exemplo, educação, infraestrutura ou saúde, ou em leis de alcance geral para to<strong>dos</strong> os entes<br />

governamentais. <strong>As</strong> ci<strong>da</strong>des são ain<strong>da</strong> mais coagi<strong>da</strong>s, por terem, na prática, duas esferas de<br />

governo acima (mesmo que a Constituição garanta autonomia e não hierarquização <strong>dos</strong> entes<br />

federa<strong>dos</strong>).<br />

A apresentação de arquétipos de difusão de políticas não ficou apenas no plano<br />

conceitual. Alguns estu<strong>dos</strong> seguiram a tipologia e trabalharam em modelos estatísticos a<br />

influência de tais mecanismos nos processo de adoção. Baybeck, Berry e Siegel (2009)<br />

desenvolveram uma versão que trabalha separa<strong>da</strong>mente com ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> elementos,<br />

assumindo a relação de custos e benefícios de ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> modelos.<br />

O que importa para esta dissertação não é tanto como ocorreu a utilização empírica<br />

de ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> mecanismos, mas verificar um fator presente em to<strong>dos</strong> os elementos<br />

elenca<strong>dos</strong> por Shipan e Volden (2008), que depois repercutiriam em uma série de estu<strong>dos</strong><br />

dessa área. O que há de comum nesses quatro mecanismos é a presença de fatores<br />

geográficos, especialmente o fator de proximi<strong>da</strong>de ou de vizinhança no processo de difusão<br />

de políticas.<br />

De fato,<br />

131<br />

The idea of regional diffusion or the influence of geographic neighbors has long been considered part of<br />

the learning process (Walker 1969). Ready access to information about the policies (and their<br />

implications) in neighboring states makes geographic learning an easy point of external policy focus.<br />

Indeed, following the seminar work of Berry and Berry (1990), geographic neighbor adoption was<br />

practically synonymous with policy diffusion.” (SHIPAN e VOLDEN, 2007, p. 7).<br />

Por trás dessa perspectiva se encontra um princípio já bem difundido na geografia<br />

quando se consideram as questões de espaço na difusão de políticas. Como bem argumenta

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