As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...
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Tamanho <strong>da</strong> população<br />
<strong>As</strong> ci<strong>da</strong>des globais, conforme visto, têm características próprias que as fazem<br />
protagonistas <strong>da</strong> nova ordem globaliza<strong>da</strong>. Testa-se essa hipótese por meio <strong>da</strong> relação entre<br />
<strong>paradiplomacia</strong> e tamanho <strong>da</strong> população. Busca-se identificar se a criação de áreas<br />
internacionais é um privilégio <strong>da</strong>s grandes ci<strong>da</strong>des e como o tamanho delas se relaciona com a<br />
<strong>paradiplomacia</strong>. Na literatura nacional, esse argumento é recorrente, implicando essa relação,<br />
por exemplo, quando cita que “alguns poucos <strong>municípios</strong>, os de grande porte, conseguiam<br />
recursos de agências de financiamento de programas na área social e cabia ao assessor de<br />
Relações Internacionais articular o envolvimento do poder local nesses projetos” (ONUKI e<br />
OLIVEIRA, 2007, p.17 – grifo nosso) ou que, “José Serra, do Partido Social Democrático<br />
Brasileiro (PSDB), quando Prefeito de São Paulo, afirmou que ‘uma relação mais direta com<br />
organismos multilaterais se faz necessária por conta do tamanho de ci<strong>da</strong>des como São<br />
Paulo’.” (VIGEVANI e PRADO, 2009, p. 19). Essa é uma variável contínua e os <strong>da</strong><strong>dos</strong>, do<br />
ano-referência de 2008, foram extraí<strong>dos</strong> do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística<br />
(IBGE).<br />
Hipótese: o tamanho <strong>da</strong> população influencia a existência de áreas internacionais nas<br />
administrações públicas municipais.<br />
Número de funcionários na administração municipal<br />
Esse indicador político refere-se à relação entre capaci<strong>da</strong>de administrativa de um<br />
município e ativi<strong>da</strong>de paradiplomática. É lógico pensar que os <strong>municípios</strong> que criarão áreas<br />
internacionais são aqueles que possuem um contingente burocrático minimamente<br />
estruturado. A noção de estrutura não entra no mérito de sua eficiência, mas nos recursos<br />
humanos disponíveis. Na literatura essa tendência é aventa<strong>da</strong>, por exemplo, quando se conclui<br />
que,<br />
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o grau e a natureza <strong>da</strong> descentralização dentro do sistema político, o padrão <strong>da</strong>s ligações <strong>da</strong>s regiões<br />
centrais e os recursos que as autori<strong>da</strong>des regionais têm condições de alocar na busca <strong>dos</strong> objetivos de<br />
sua política aju<strong>da</strong>rão a determinar o caráter <strong>da</strong> região como um ator internacional (HOCKING, 2004, p.<br />
86 – grifo nosso).<br />
Essa é uma variável contínua e os <strong>da</strong><strong>dos</strong> foram forneci<strong>dos</strong> pela Confederação<br />
Nacional de Municípios. O número computado foi o total de funcionários ativos <strong>da</strong><br />
administração direta (soma <strong>dos</strong> estatutários, celetistas, comissiona<strong>dos</strong>, estagiários e sem<br />
vínculo permanente) do ano-base 2008.