As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...
As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...
As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
irmanamento de ci<strong>da</strong>des brasileiras com chinesas, enaltecendo, aparentemente, o novo papel<br />
<strong>da</strong>quele país na economia mundial.<br />
A última <strong>da</strong>s <strong>determinantes</strong> externas lista<strong>da</strong>s por Sol<strong>da</strong>tos é o Envolvimento de atores<br />
externos. Nele, a <strong>paradiplomacia</strong> pode ser resultado <strong>da</strong> influência e do envolvimento de atores<br />
externos (governos centrais, governos <strong>locais</strong> e suas redes, organismos internacionais, ONGs<br />
internacionais, empresas transnacionais) em uma uni<strong>da</strong>de federa<strong>da</strong>, por interesses<br />
econômicos, culturais, sociais, religiosos ou políticos. O autor dá o exemplo do<br />
encorajamento de De Gaulle para maior interação entre Quebec e França, assim como <strong>dos</strong><br />
países francófonos, que contribuiu, até certo ponto, para o desenvolvimento do perfil<br />
internacional <strong>da</strong> província. Em <strong>caso</strong>s como esses, os governos <strong>locais</strong> teriam suas ativi<strong>da</strong>des e<br />
políticas como alvos de interesses de outros atores internacionais (HOCKING, 1999).<br />
Para o <strong>caso</strong> brasileiro, Salomón (2011) crê que esse seria uma <strong>da</strong>s principais<br />
<strong>determinantes</strong> para a nossa <strong>paradiplomacia</strong>. O envolvimento é fruto de pressões de fora para<br />
dentro, no qual são os atores externos que tomam as iniciativas.<br />
Na maior parte <strong>dos</strong> <strong>caso</strong>s a participação brasileira em esquemas de cooperação multilateral ou a firma de<br />
acor<strong>dos</strong> bilaterais com contrapartes estrangeiras resulta de uma iniciativa alheia: rara vez são os governos<br />
brasileiros quem procuram ativamente os vínculos de cooperação ou os potenciais doadores.<br />
(SALOMÓN, 2011, p.-)<br />
Ela cita especificamente três eventos, vin<strong>dos</strong> de fora para dentro, fun<strong>da</strong>mentais<br />
ocorri<strong>dos</strong> nas duas déca<strong>da</strong>s anteriores que influenciaram sobremaneira os governos <strong>locais</strong><br />
brasileiros: a celebração em Istambul <strong>da</strong> Conferência de Nações Uni<strong>da</strong>s “Habitat II”, também<br />
conheci<strong>da</strong> como “Cúpula <strong>da</strong>s Ci<strong>da</strong>des” em 1996, a criação <strong>da</strong> organização mundial Ci<strong>da</strong>des e<br />
Governos Locais Uni<strong>dos</strong> (CGLU) a partir <strong>da</strong> unificação <strong>da</strong> IULA (International Union of<br />
Local Authorities) e FMU-UTO (Féderation Mondiale de Cites Unies – United Towns<br />
Organization) em 2004, e, finalmente, o programa bi-regional URB-Al lançado pela União<br />
Européia (sob responsabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Comissão Européia), em 1995.<br />
Esse último evento é digno de nota para a autora. Ela cita o grande envolvimento <strong>dos</strong><br />
governos <strong>locais</strong> brasileiros nas redes específicas de política urbana que estão sob o URB-AL.<br />
O programa instrumentaliza a cooperação entre governos <strong>locais</strong> <strong>da</strong> União Européia e América<br />
Latina em áreas como mobili<strong>da</strong>de urbana, democracia local e violência nas ci<strong>da</strong>des.<br />
Os governos municipais brasileiros têm participado em to<strong>da</strong>s as redes temáticas de URB-Al e têm<br />
coordenado numerosos projetos, e também duas redes temáticas: a Rede 9, sobre Financiamento Local e<br />
Orçamento Participativo (a cargo de Porto Alegre) e a Rede 10, sobre a Luta contra à Pobreza Urbana<br />
(sob responsabili<strong>da</strong>de de São Paulo). (SALOMÓN, 2011, p.-)<br />
79