As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...
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esta<strong>dos</strong> <strong>da</strong> região Sul do Brasil. Quando pergunta<strong>dos</strong> aos paulistas questão semelhante, apenas<br />
9% apoiavam a independência do estado de São Paulo (LUVIZOTTO, 2009). Essa<br />
comparação é interessante porque São Paulo também contém frequentemente nos discursos de<br />
sua população uma ideia vaga de separação do restante do país. Em 1996 foi a vez <strong>da</strong> revista<br />
IstoÉ divulgar pesquisa com teor similar. Segundo a reportagem, 47% <strong>dos</strong> gaúchos se<br />
disseram favoráveis a uma separação <strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong> do Sul mais São Paulo, do restante do país<br />
(LUVIZOTTO, 2009).<br />
Considerando o <strong>caso</strong> mais visível no Brasil de Regionalismo/Nacionalismo, que é o<br />
do Rio Grande do Sul, resolveu-se incluir no modelo estatístico se o pertencimento do<br />
município ao estado trás consequência à <strong>paradiplomacia</strong>. Essa ligação não é direta, porque<br />
tanto o movimento de separação quanto a ideia de cultura e identi<strong>da</strong>de gaúcha dizem respeito<br />
ao estado como um todo, nunca sendo territorializa<strong>da</strong> em ci<strong>da</strong>des específicas; mas, entende-<br />
se, também por isso, que é possível considerar as características supracita<strong>da</strong>s de forma<br />
homogênea. Em outras palavras, “apesar do Estado ter uma grande diferenciação interna (do<br />
ponto de vista geográfico, étnico, econômico e de sua colonização), ele é frequentemente<br />
contraposto como um todo ao resto do País.” (OLIVEN, 1989, p. 5).<br />
Similarmente ao <strong>caso</strong> estu<strong>da</strong>do por Lecours, em que o nacionalismo basco tem<br />
repercussão tanto na política interna <strong>da</strong> formação do Estado espanhol e <strong>da</strong>s relações<br />
intergovernamentais internas, quanto na <strong>paradiplomacia</strong> <strong>da</strong> região autônoma, testar-se-á o<br />
Regionalismo/Nacionalismo gaúcho para sua <strong>paradiplomacia</strong>. A ideia é fazer uso do <strong>caso</strong><br />
mais acentuado (ou extremo) de regionalismo no país (mesmo que longe <strong>dos</strong> modelos<br />
internacionais mais recorrentes) para testar o peso <strong>da</strong> variável na criação de áreas<br />
internacionais nos <strong>municípios</strong> brasileiros.<br />
Cabe lembrar mais uma vez que, tanto essa determinante quanto as próximas que se<br />
seguem surgem em função <strong>da</strong> segmentação objetiva. Os argumentos do <strong>caso</strong> gaúcho, apesar<br />
de focar nas questões identitárias, repercutem também pelas características sociais,<br />
econômicas, geográficas e políticas.<br />
3.1.4 <strong>As</strong>simetria <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s<br />
Para Sol<strong>da</strong>tos, a <strong>As</strong>simetria <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s pode aumentar a segmentação. A<br />
assimetria ocorre, muitas vezes, quando há a percepção de que a política externa central serve<br />
a interesses de algumas elites econômicas e políticas localiza<strong>da</strong>s em determina<strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong> <strong>da</strong><br />
federação. A busca pela atuação paradiplomática, nesse sentido, seria uma resposta a essas<br />
relações privilegia<strong>da</strong>s.<br />
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