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As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

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<strong>As</strong> hipóteses também podem ser direcionais ou não-direcionais. Ambas apresentam<br />

relações entre as variáveis, mas as do primeiro tipo também afirmam a direção <strong>dos</strong> efeitos.<br />

Em outras palavras, ao invés de atestar somente que deve haver relação entre A e B, elas<br />

afirmam, por exemplo, que um aumento em A, implica em aumento em B. Essa noção será<br />

importante mais a frente. O exemplo anterior é uma hipótese direciona<strong>da</strong>: a administração do<br />

PT implica em mais áreas internacionais.<br />

Para testar hipóteses, criam-se modelos explicativos. Quando os <strong>da</strong><strong>dos</strong> são em grande<br />

parte numéricos, a tendência é desenvolver um modelo estatístico. A ideia de criar modelos se<br />

relaciona com a representação <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de de uma forma simplifica<strong>da</strong>, de modo que essa<br />

representação possa explicar fenômenos importantes <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de sem necessariamente<br />

estu<strong>da</strong>r to<strong>dos</strong> os <strong>caso</strong>s existentes e, a partir <strong>da</strong>í, <strong>da</strong>r informações preditivas <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de. Uma<br />

condição fun<strong>da</strong>mental para o modelo é quão bem ele representa a reali<strong>da</strong>de, ou seja, se ele se<br />

encaixa bem nos <strong>da</strong><strong>dos</strong> coleta<strong>dos</strong> (fit). Os modelos podem representar bem a reali<strong>da</strong>de (good<br />

fit), de forma apenas satisfatória (moderate fit) ou trazer uma má representação (poor fit).<br />

A ver<strong>da</strong>de é que muitas vezes o grau de representação pode ser ruim pelas técnicas<br />

utiliza<strong>da</strong>s pelo pesquisador. É comum ver, por exemplo, <strong>da</strong><strong>dos</strong> que, quando coloca<strong>dos</strong> em<br />

gráficos, não representam uma reta, mas mesmo assim o pesquisador utiliza relações lineares<br />

para interpretá-los. Isso não quer dizer que a representação é erra<strong>da</strong>, mas que ela representa<br />

menos a reali<strong>da</strong>de (<strong>da</strong><strong>dos</strong> observáveis) do que outro modelo baseado numa curva, por<br />

exemplo. Existem infini<strong>da</strong>des de modelos à disposição, escolher qual se enquadra melhor nos<br />

<strong>da</strong><strong>dos</strong> é um pré-requisito fun<strong>da</strong>mental para desenvolver uma pesquisa.<br />

4.2 O modelo estatístico mais simples: usando a média como exemplo<br />

A preocupação sobre o encaixe ou o enquadramento do modelo com relação aos<br />

<strong>da</strong><strong>dos</strong> vem de uma percepção anterior, ao <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de representação. Essa noção é<br />

importante porque dificilmente pesquisadores têm acesso a to<strong>dos</strong> os <strong>caso</strong>s disponíveis para<br />

determinado fenômeno. Em outras palavras, poucas pesquisas trabalham com a população,<br />

apesar de terem como objetivo predições sobre a reali<strong>da</strong>de como um todo. A população pode<br />

ser um conceito muito geral (to<strong>da</strong> a humani<strong>da</strong>de) ou restrito (pessoas de doze anos<br />

pertencentes à escola Pingo de Gente), mas é muito melhor trabalhar com conceitos mais<br />

amplos, porque eles facilitam a generalização. Conforme foi dito, acessar to<strong>dos</strong> os <strong>caso</strong>s é<br />

quase impossível e para contornar esse problema o pesquisador utiliza subpartes <strong>da</strong><br />

população, ou seja, amostras, que fornecem <strong>da</strong><strong>dos</strong> de onde é possível inferir coisas <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong>de.<br />

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