As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...
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De certo que essas <strong>determinantes</strong> externas não só aju<strong>da</strong>m a entender a<br />
<strong>paradiplomacia</strong> no país como foram fun<strong>da</strong>mentais para que o fenômeno se desenvolvesse.<br />
Isso é ain<strong>da</strong> mais importante para países como o Brasil, onde em grande parte de sua atuação<br />
paradiplomática é devi<strong>da</strong> ao fenômeno <strong>da</strong> “importação” (SALOMÓN, 2011). A<br />
<strong>paradiplomacia</strong> do sul, como identifica a professora, traz os componentes <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des<br />
semelhantes <strong>dos</strong> países desenvolvi<strong>dos</strong>, mas têm características próprias, sendo uma <strong>da</strong>s<br />
principais o maior peso <strong>da</strong>s variáveis externas, ou especificamente a participação de atores<br />
externos, no processo de criação e desenvolvimento <strong>da</strong>s relações transnacionais desses<br />
governos <strong>locais</strong>.<br />
Ao não utilizar esse nível de análise no modelo explicativo desta dissertação, não se<br />
consideram essas variáveis como não sendo importantes; pelo contrário, tanto o desenho<br />
causal de Sol<strong>da</strong>tos quanto a breve explicação sobre a interdependência só demonstram como<br />
elas corroboram to<strong>dos</strong> os estu<strong>dos</strong> <strong>da</strong> <strong>paradiplomacia</strong>. O que essas variáveis não explicam é<br />
por que, diante dessa convulsão e transformação <strong>da</strong>s relações internacionais, determina<strong>dos</strong><br />
atores (no <strong>caso</strong> desta dissertação, governos <strong>locais</strong>) brasileiros atuam internacionalmente e<br />
outros não. Da mesma forma, seria interessante saber por que, mesmo com a influência de<br />
organismos internacionais e de redes de ci<strong>da</strong>des, somente alguns <strong>municípios</strong> brasileiros<br />
possuem uma atuação transnacional e não a totali<strong>da</strong>de deles.<br />
Como ficou claro na introdução, defende-se a tese de que, apesar de explicar o<br />
fenômeno <strong>da</strong> <strong>paradiplomacia</strong> como um todo, esse nível de análise não dá respostas suficientes<br />
ao <strong>caso</strong> que se pretende aqui estu<strong>da</strong>r. De forma geral, as variáveis externas, bem como as<br />
domésticas em nível federal, que serão vistas na próxima sessão, impactam com menor<br />
intensi<strong>da</strong>de to<strong>dos</strong> os <strong>municípios</strong> brasileiros e, nesse sentido, não explicam porque uma<br />
determina<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de atua internacionalmente e outra não. Mesmo quando os efeitos dessas<br />
<strong>determinantes</strong> não são uniformes (alguém pode alegar com razão, que a globalização não<br />
impacta de forma igual regiões distintas ou mesmo que atores externos buscam governos<br />
<strong>locais</strong> específicos para desenvolver relações), a tese defendi<strong>da</strong> é de que são as diferenças<br />
<strong>locais</strong> que explicam essa distinção de impacto, e não os outros níveis de análise.<br />
2.3.2 Causas Domésticas em nível Federal<br />
A nomenclatura de “federal” <strong>da</strong><strong>da</strong> por Sol<strong>da</strong>tos para esse nível de análise, como se<br />
pôde identificar, está intimamente liga<strong>da</strong> ao fato de o autor acreditar que são as federações<br />
industriais avança<strong>da</strong>s os grandes berços do fenômeno. Foi possível notar também que<br />
atualmente isso representa apenas ver<strong>da</strong>de parcial, porque a <strong>paradiplomacia</strong>, como fenômeno<br />
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