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As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

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Socialmente, o Nordeste traz consigo os maiores problemas nacionais; com uma população maior que o<br />

somatório <strong>da</strong>s populações <strong>dos</strong> parceiros do MERCOSUL, essa região serve de residência para 30% <strong>da</strong><br />

população brasileira, abrigando cerca de 50% <strong>dos</strong> pobres do país, produzindo, contudo, apenas 17% do<br />

PIB nacional. Essa desigual<strong>da</strong>de no comportamento <strong>dos</strong> negócios do Nordeste se deve a histórica<br />

heterogenei<strong>da</strong>de de participação <strong>da</strong>s Regiões no PIB brasileiro inicia<strong>da</strong> na troca de eixo econômico<br />

(monocultura <strong>da</strong> cana-de-açúcar nordestina para a mineração no centro-sul) e consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> durante todo o<br />

período subseqüente <strong>da</strong> história <strong>da</strong> nação (a lavoura cafeeira e a insuficiente industrialização). Dessa<br />

dessemelhança emana, como conseqüência, o retrocesso de to<strong>da</strong> uma região, fazendo com que os esta<strong>dos</strong><br />

nordestinos ocupem os nove últimos lugares no ranking do IDH brasileiro. (MEDEIROS 2005, p.6).<br />

Essa noção de assimetria presente na região faz com que a ativi<strong>da</strong>de paradiplomática<br />

<strong>dos</strong> seus entes subnacionais tragam também característica próprias, com pauta contestatória,<br />

muitas vezes, mais visível. Há a percepção de que questões relativas à <strong>paradiplomacia</strong> podem<br />

e devem ser um mecanismo não só de desenvolvimento regional, mas também de maior<br />

equilíbrio interno. Isso ocorre, por exemplo, quando os líderes nordestinos se posicionam de<br />

forma contrária aos financiamentos do BNDES em projetos de outros países. Na visão deles,<br />

o Brasil, e especialmente o Nordeste, ain<strong>da</strong> é carente de recursos financeiros para seus<br />

próprios projetos e deveriam ter priori<strong>da</strong>de sobre outros atores internacionais (MEDEIROS,<br />

2005).<br />

Para essa determinante, testou-se no modelo estatístico algumas possibili<strong>da</strong>des,<br />

principalmente levando-se em consideração as citações recorrentes <strong>da</strong> supremacia <strong>da</strong>s elites<br />

paulistas, cariocas, do sudeste ou do centro-sul na federação brasileira. A primeira é a <strong>da</strong><br />

<strong>paradiplomacia</strong> ter relação com o município estar presente em to<strong>da</strong>s as regiões brasileiras<br />

excetuando-se o estado de São Paulo. Na segun<strong>da</strong> hipótese, aumenta-se o escopo <strong>da</strong> exclusão<br />

para São Paulo e Rio de Janeiro. Na terceira, para a Região Sudeste e na quarta para as<br />

regiões Sudeste e Sul. Nesse sentido, a assimetria será testa<strong>da</strong> para os <strong>caso</strong>s <strong>da</strong> região<br />

Nordeste, Norte e Centro-oeste em to<strong>da</strong>s as hipóteses. Em algumas delas foram acrescenta<strong>da</strong>s<br />

a Região Sul e os esta<strong>dos</strong> de Minas Gerais e Espírito Santo, e apenas uma vez, para o estado<br />

do Rio de Janeiro. Na sessão sobre os indicadores <strong>da</strong>s variáveis explicativas do modelo<br />

estatístico, as categorias ficarão mais claras.<br />

3.1.5 Crescimento <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s<br />

Outra determinante aponta<strong>da</strong> pelo autor em nível local é a do Crescimento <strong>da</strong>s<br />

uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s. Nela, as instituições, orçamentos e funções de algumas uni<strong>da</strong>des<br />

federa<strong>da</strong>s fazem com que suas elites busquem novos papéis e espaços, inclusive na esfera<br />

internacional. Surge, assim, um quadro de competição entre elites <strong>locais</strong> e nacionais para<br />

ocupar espaços no campo <strong>da</strong> política externa. Nesse ambiente competitivo, as elites <strong>locais</strong><br />

contribuem para a internacionalização <strong>dos</strong> entes federa<strong>dos</strong>.

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