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As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

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Outro estado computado na análise foi o do Rio Grande do Sul (na ver<strong>da</strong>de, os<br />

<strong>municípios</strong> gaúchos). Esse indicador tentava comprovar ou rejeitar a determinante de Sol<strong>da</strong>tos<br />

de Regionalismo/Nacionalismo. Os <strong>da</strong><strong>dos</strong> mostraram que a variável tem relação com a<br />

presença de áreas internacionais. Um município gaúcho tem probabili<strong>da</strong>de 270% maior de<br />

possuir área internacional do que os <strong>municípios</strong> em outras uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> federação.<br />

Será que, de posse <strong>dos</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong>, se pode dizer que o Regionalismo/Nacionalismo é uma<br />

determinante relevante na <strong>paradiplomacia</strong> brasileira? No capítulo 3, alertou-se que essa era<br />

uma afirmação delica<strong>da</strong>. Foi dito, naquele momento, que fazer uso do <strong>caso</strong> gaúcho para<br />

analisar o Regionalismo/Nacionalismo não testava per se o envolvimento dessa determinante<br />

de Sol<strong>da</strong>tos com a <strong>paradiplomacia</strong> municipal brasileira. O que se fez, analisando o <strong>caso</strong> mais<br />

extremo disponível (que não chega a ser minimamente próximo <strong>dos</strong> <strong>caso</strong>s do Quebec ou do<br />

País Basco), foi tentar ver se era possível rejeitá-lo como determinante.<br />

Caso ele fosse estatisticamente não significante, poder-se-ia concluir que o<br />

Regionalismo/Nacionalismo não era uma determinante <strong>da</strong> <strong>paradiplomacia</strong> no país, mas o fato<br />

de ocorrer o contrário, faz com que se pense em outras hipóteses para o <strong>caso</strong> gaúcho. Como já<br />

apresentado, alguns estu<strong>dos</strong> de <strong>caso</strong> analisam bem como o fenômeno <strong>da</strong> <strong>paradiplomacia</strong> no<br />

Rio Grande do Sul está relacionado com outros fenômenos importantes (desenvolvimento<br />

econômico, social, localização geográfica privilegia<strong>da</strong> pelo Mercosul, e distância <strong>dos</strong> grandes<br />

centros SP e RJ). É difícil concluir que o nacionalismo e o regionalismo são fatores presentes<br />

na <strong>paradiplomacia</strong> municipal brasileira; ao mesmo tempo, o fato de não ser possível descartá-<br />

los como determinante já é, em si, relevante, porque se supunha, de inicio, justamente o<br />

contrário. O que se conclui, de forma mais restrita, é que o fato de o município ser gaúcho tem<br />

relação com a existência de áreas internacionais nos governos <strong>locais</strong> do Brasil.<br />

Uma última hipótese testa<strong>da</strong> foi a do me-tooism, ou seja, a imitação como forma de<br />

explicar a presença de áreas internacionais nos <strong>municípios</strong> brasileiros. Do ponto de vista<br />

quantitativo, essa não foi uma variável significante, ou seja, não há indícios de que os<br />

<strong>municípios</strong> criem áreas internacionais porque tomaram contato com outra área internacional<br />

em um município próximo. Testou-se, nesse <strong>caso</strong>, o atributo mínimo encontrado na literatura<br />

que trabalha com a difusão de políticas públicas, que é a proximi<strong>da</strong>de geográfica como forma<br />

de incentivo ou influência para adoção de novas políticas. Como não foram cumpri<strong>dos</strong> os<br />

requisitos mínimos, não se crê que ele esteja presente nas suas manifestações mais avança<strong>da</strong>s.<br />

<strong>As</strong> políticas que visam criar áreas internacionais são explica<strong>da</strong>s por outras variáveis<br />

que não pela cópia. Baseado nos <strong>da</strong><strong>dos</strong>, é possível afirmar que a inspiração para a presença de<br />

áreas internacionais não vem de experiências exitosas com que os governos <strong>locais</strong> têm<br />

contato.<br />

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