16.04.2013 Views

As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Nesse sentido, ela explica<br />

La segun<strong>da</strong> característica de la organización, que es a un tiempo un asset y una fragili<strong>da</strong>d, es el alto grado<br />

de aislamiento de su burocracia en relación a los influjos provenientes de su ambiente político y social.<br />

Eso es una consecuencia tanto de la institucionalización del servicio diplomático antes menciona<strong>da</strong>, como<br />

de su misión organizacional principal que no genera vínculos específicos o clientelas particulares en la<br />

socie<strong>da</strong>d y en la política interna. En tanto recurso, el aislamiento burocrático torna al MRE menos<br />

permeable a las injerencias políticas que se vuelven endémicas en contextos administrativos como el<br />

brasileño, caracterizado por la escaza institucionalización de la administración pública. Además, permite<br />

la formación de una policy community, en el sentido que la literatura especializa<strong>da</strong> <strong>da</strong> a una “comuni<strong>da</strong>d<br />

orgánica de actores en torno de una política sectorial fuerte y estructura<strong>da</strong>”, que, en este <strong>caso</strong>, se confunde<br />

con la propia organización. Pese a todo, el aislamiento fragiliza a la organización, una vez que la menor<br />

inserción en el ambiente interno o la ausencia de “aboga<strong>dos</strong>” en la socie<strong>da</strong>d torna al poder de la<br />

burocracia dependiente de la autorización del Poder Ejecutivo, como se argumentó arriba (LIMA, 1994,<br />

p.33-34).<br />

Uma terceira característica ain<strong>da</strong> é identifica<strong>da</strong> pela autora. Refere-se à produção de<br />

conteú<strong>dos</strong> <strong>da</strong>s políticas setoriais menciona<strong>da</strong>s e à capaci<strong>da</strong>de que o ministério tem para<br />

conseguir respaldo interno (que não de outros atores não-governamentais) para defendê-los.<br />

Isso fortalece ain<strong>da</strong> mais a homogenei<strong>da</strong>de <strong>da</strong> instituição.<br />

Essas características também são defendi<strong>da</strong>s por Castro Neves (2003). Segundo ele,<br />

<strong>As</strong> discussões sobre os rumos <strong>da</strong> política externa brasileira raramente ocupam espaço na agen<strong>da</strong> política<br />

do país. Em princípio, dois fatores se destacam como responsáveis por essa característica <strong>da</strong> política<br />

brasileira. Em primeiro lugar, a existência de uma burocracia especializa<strong>da</strong> e institucionaliza<strong>da</strong>, o Serviço<br />

Exterior Brasileiro, faz com que a formulação <strong>da</strong> política externa brasileira seja um processo praticamente<br />

insulado do restante <strong>da</strong>s instituições estatais, ou seja, distante de influência político-partidária. Em<br />

segundo lugar, há o relativo desinteresse <strong>dos</strong> representantes políticos brasileiros sobre as questões<br />

internacionais, que ain<strong>da</strong> não repercutem significativamente em debates eleitorais (CASTRO NEVES,<br />

2003, p.1).<br />

Na tese do autor, essa segun<strong>da</strong> característica é desmitifica<strong>da</strong>, já que defende que o<br />

Legislativo e, consequentemente, o jogo político-partidário nele presente função importante<br />

na política externa, principalmente nos temas de integração, mas muitas vezes ele não é<br />

visível. De qualquer forma a primeira característica continua uma ver<strong>da</strong>de e corrobora os<br />

argumentos de Lima.<br />

Em contraparti<strong>da</strong>, vê-se uma posição de autocrítica por parte do governo central,<br />

pelo menos nos últimos anos. A esse respeito, é importante considerar as palavras do então<br />

presidente Fernando Henrique Car<strong>dos</strong>o em entrevista de 1998, bem citado por Rodrigues<br />

(2004):<br />

Tudo o que era relação com o exterior cabia à União. Hoje o número de governadores que an<strong>da</strong> pela Ásia,<br />

pela Europa, pela América Latina, e pelo Mercosul, é muito grande. Às vezes eles informam a União,<br />

outras você nem fica sabendo. No fundo eles assumem a representação que era <strong>da</strong> União para as suas<br />

regiões, e alguns têm tido êxito em buscar fontes de comércio e tecnologia (...). O Itamaraty no começo<br />

88

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!