As determinantes locais da paradiplomacia: o caso dos municípios ...
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perforated sovereignties ou mesmo percolated sovereign boun<strong>da</strong>ries” (VIGEVANI, 2006,<br />
p.128).<br />
Isso leva ao estabelecimento de relações diretas entre uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s e entre tais<br />
atores e corporações multinacionais no cenário internacional. Ca<strong>da</strong> vez mais, a economia<br />
mundial conta com alta mobili<strong>da</strong>de de capital, com joint ventures, com articulação<br />
interfronteiriça de espaços econômicos e com interações interdependentes que induzem as<br />
uni<strong>da</strong>des federa<strong>da</strong>s a recorrerem à <strong>paradiplomacia</strong> com objetivos de promover seus interesses<br />
distintos.<br />
A mesma economia mundial e a interdependência podem encorajar os governos<br />
federais a iniciar um processo de centralização <strong>da</strong> política externa com a intenção de li<strong>da</strong>r<br />
com o aumento de tamanho <strong>dos</strong> atores no ambiente internacional, gerando, assim, uma<br />
contrarreação aos desejos <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des subnacionais de protegerem seus interesses, suas<br />
jurisdições e seus papéis.<br />
Apresentou-se por meio <strong>dos</strong> conceitos de interdependência, globalização, revolução<br />
<strong>da</strong> informação e seus impactos na soberania, nas relações transnacionais e na descentralização<br />
do poder no Sistema Internacional, como a interdependência global facilita a ativi<strong>da</strong>de<br />
paradiplomática. Diante desse contexto aprofun<strong>da</strong>do pelos estu<strong>dos</strong> liberais-institucionalistas e<br />
globalistas é que se encaixa essa determinante de Sol<strong>da</strong>tos. Os governos <strong>locais</strong> fazem uso de<br />
uma nova ordem política mundial, que foi possível com as inovações tecnológicas de forma<br />
geral, mas também com a mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des, <strong>da</strong>s culturas e <strong>da</strong>s identi<strong>da</strong>des diante desse<br />
novo cenário.<br />
Os fatores de interdependência regional também são importantes <strong>determinantes</strong><br />
externas para a ativi<strong>da</strong>de paradiplomática. Esses fatores tomam duas formas. Primeiro, na<br />
proximi<strong>da</strong>de geográfica e demográfica, na interdependência ambiental, nas afini<strong>da</strong>des<br />
culturais e nas complementari<strong>da</strong>des econômicas, ou seja, nos fatores microrregionais que<br />
levam à cooperação e à <strong>paradiplomacia</strong> transregional ou transfronteiriça internacional.<br />
Segundo, nas complementari<strong>da</strong>des e na interdependência menciona<strong>da</strong>s no formato anterior,<br />
mas que se aplicam às interações macrorregionais, como as que acontecem entre áreas não<br />
contíguas.<br />
<strong>As</strong> diferenças entre a interdependência micro e macrorregionais têm um referencial<br />
puramente geográfico. <strong>As</strong> relações paradiplomáticas que envolvem contatos transfronteiriços<br />
ou proximi<strong>da</strong>des entre países, regiões ou <strong>municípios</strong> recebem o rótulo micro devido às<br />
distâncias em que se contextualizam. Para García Segura (2004), por exemplo, o regionalismo<br />
(na acepção de Sol<strong>da</strong>tos micro-regionalismo) seria, inclusive, um nível de análise distinto<br />
para o <strong>caso</strong> <strong>da</strong>s Comuni<strong>da</strong>des Autônomas Espanholas (referindo-se, obviamente à integração<br />
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