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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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[Para que a <strong>prática</strong> atenda a diferença] Me conscientizar e conscientizar os<br />

outros que todas as crianças devem estar necessariamente em escolas<br />

regulares e em classes comuns, procuro também valorizar a diversidade.<br />

(Q-P3)<br />

[Para que a <strong>prática</strong> atenda a diferença] Respeitar os alunos, proporciona<strong>do</strong><br />

momentos de interação e ajuda mútua. (Q-P1)<br />

[Para que a <strong>prática</strong> atenda a diferença] Respeitar as diferenças individuais. (Q-<br />

P14)<br />

Tais atitudes são importantes, uma vez que na sala de aula o professor é o responsável<br />

pelas interações que nela ocorrem. Ao coibir desde o uso de termos pejorativos, que<br />

menosprezam e marcam o outro pela incapacidade, e, simultaneamente, procurar valorizar as<br />

diferenças e as habilidades de cada aluno, os <strong>professores</strong> revelam uma opção político-<br />

meto<strong>do</strong>lógica pela diferença, mudam os outros e si próprios.<br />

Conforme aponta ainda González (1993) em seus estu<strong><strong>do</strong>s</strong> sobre a emoção como<br />

fundamento das interações humanas, nas obras de Maturana, a sala de aula como campo<br />

interativo, provoca interações específicas, interações estas que possibilitam mudanças<br />

estruturais nos organismos participantes (professor e aluno). Essas mudanças são inspiradas<br />

no desejo de preservar e desenvolver as condutas consideradas como adequadas e valorizadas<br />

no contexto histórico-social <strong>do</strong> grupo humano em que se insere. Ou seja, as mudanças que a<br />

sala de aula pode propiciar são as mudanças que a sociedade privilegie:<br />

Uma sociedade que vive um <strong>do</strong>mínio interativo basea<strong>do</strong> na competição,<br />

privilegia em seus atos a negação <strong>do</strong> outro em procura da vitória, outra<br />

sociedade em que seus habitantes vivem condutas de solidariedade,<br />

privilegia em seus afazeres a cooperação e o respeito pelo outro na tentativa<br />

de criar um <strong>do</strong>mínio comum de encontro. Estas sociedades “imaginárias”<br />

fundam-se em emoções diferentes: uma desenvolve condutas de rejeição <strong>do</strong><br />

outro ou de outros; a outra, vive espaços de condutas de aceitação. Esta<br />

última, possibilita o encontro, o consenso, a criação de <strong>do</strong>mínios de<br />

realidades compartilha<strong><strong>do</strong>s</strong>, porém, a primeira gera desencontro, luta e<br />

imposição de <strong>do</strong>mínios da realidade. (p.69)<br />

Observamos ainda, nos relatos das professoras abaixo, atitudes de acolhimento que, para<br />

além da cobrança de respeito ao conversar e de interagir com a criança, buscam oportunizar a<br />

to<strong><strong>do</strong>s</strong> a participação e vivência das diferentes experiências <strong>pedagógica</strong>s:<br />

Mas assim foi muito interessante porque eu passei a perceber assim, to<strong>do</strong> o<br />

problema dele eu trabalhei com a classe também, para que eles também<br />

aceitassem o jeito dele e que ajudasse ele a estar trabalhan<strong>do</strong> e todas as

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