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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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deixar que agora eu fico com ele, termina a sua tarefa. Ele corria, ele terminava a sua tarefa e estava lá; “profi,<br />

profi! Olha! E de novo to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> eh! era assim um incentivo, qualquer coisa diferente que ele fazia, ele trazia<br />

muita coisa da copa <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, <strong>do</strong> campeonato brasileiro, tal time, tal time assim, mostrava e trazia álbum, as<br />

crianças trocavam figurinhas repetidas com ele, né, e questão <strong>do</strong> teatro, principalmente, foi muito<br />

bacana,porque eu tive que fazer um teatro por um acontecimento que houve, uma briga envolven<strong>do</strong> os pais,<br />

com <strong>do</strong>is alunos, eu fiquei muito preocupada, falei gente,começo <strong>do</strong> ano esses <strong>do</strong>is assim, porque criança daqui<br />

a pouco está de bem, mas os pais não ficaram de bem então eu vou fazer alguma coisa. Aí eu montei um teatro,<br />

e esses <strong>do</strong>is alunos foram os protagonistas, né, porque, e ele fez um personagem né, falava sobre a ilha <strong><strong>do</strong>s</strong><br />

sentimentos, você conhece o texto?<br />

9:13- E – foi um que você relatou também no questionário?<br />

9:14 – P7 –é, foi isso mesmo! Na vez dele ele representou o estresse, ele era o estressa<strong>do</strong>, aí começamos a dizer<br />

mas como é que vai ser? Ai falava fala para ele fazer assim, alguém falou, tem que andar rápi<strong>do</strong>, carrancu<strong>do</strong>, e<br />

eu só ven<strong>do</strong>... aí chegou a vez de ele entrar e ele, as demais crianças falavam vai! vai! Vai! Aí ele, e “Y” que<br />

era a estagiária que ficava na minha sala em alguns momentos para me ajudar, ficar um pouco com ele, porque<br />

eu tinha outros também com dificuldades na sala no fim ela entrou junto com ele, no fim to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> bateu<br />

palma, filmou, pois para to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> assistir, e eu achei que ficou muito bacana essa parte..<br />

10:00 – P6 – é engraça<strong>do</strong> que no início, quan<strong>do</strong> você pega no início <strong>do</strong> ano, e quan<strong>do</strong> chega no final <strong>do</strong> ano eles<br />

estão show, você não tem aquela preocupação mais, eu percebi assim na “X” que quan<strong>do</strong> eu dava assim alguma<br />

atividade assim que ela percebia que , não sei o que ela percebia ali ela ficava meio assim, mas depois que ela<br />

se familiarizava assim com a atividade, eu acho que ela sentia segurança, né,ai ela ia lá, toda a toda, mas assim<br />

quan<strong>do</strong> ela percebia assim que ela ia ter dificuldades, sabe, ai, eu voltava, explicava, ai tinha os outros<br />

coleguinhas, mas o que eu acho bonito da inclusão é que eles são muito bem recebi<strong><strong>do</strong>s</strong>, as crianças são muito<br />

assim solidários, e não só o ano passa<strong>do</strong>, mas eu tenho este ano, já tive, mas o to<strong>do</strong> da escola. Eu tenho ti<strong>do</strong><br />

assim de outros anos, mas em to<strong><strong>do</strong>s</strong>, assim , na escola eu vejo os cadeirantes, eles brigam para ver quem vai<br />

ajudar a carregar a cadeira, e se escorrer o narizinho porque não limpa, nossa, professora vou limpar o nariz <strong>do</strong><br />

fulaninho, vai lá e limpa, muito...<br />

11:42 P7 – o que eu percebi assim no “X” é que eles cuidam como se fosse um irmãozinho mais novo, cuidam<br />

como se fosse um boneco, ele era o.. eles penteavam o cabelo, levavam ao banheiro, lavou a mão? Deu<br />

descarga? Né, levava lá, levava para cá...<br />

12:01 – P2- mas nós temos que ter cuida<strong>do</strong> com isso porque, com o meu aluno aconteceu isso, isso infantiliza,<br />

eu tive um que to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> tratava ele como bebê e ele foi fican<strong>do</strong> manhoso, ele foi pegan<strong>do</strong> a manha,<br />

inclusive ele percebeu que era o meu fraco, eu amava ele de paixão, e não percebi, ...<br />

112:07- P6 – é temos que trabalhar a autonomia, a gente não pode descuidar da autonomia né...<br />

12:20 – P2 – ele sentava na frente,perto da minha mesa, ai eu percebi que daqui a pouco ele pegava a minha<br />

caneta, eu falava assim, coloca minha caneta de volta porque eu não dei ordem para você pegar, no começo, eu<br />

falava “não pode! Coloca minha caneta aí!” Aí eu vi que ele tava fican<strong>do</strong> pilantra (risos), ele fazia isso para<br />

mexer comigo mesmo, aí eu falei assim, eu comecei a chamar a atenção dele, falava assim para a sala, não é<br />

para tratar ele como criança porque ele não é criança, ele vai ser trata<strong>do</strong> normal aqui na sala de aula, ai ele fazia<br />

uma coisa errada, eu dava bronca nele, ai um dia eu falei assim, coloca minha caneta aí que eu não dei ordem<br />

para você pegar minha caneta, ou você quer ir lá embaixo assinar o livro da diretora? Aí ele falou assim para<br />

mim: “sua maimota! Maimota!” e eu falava o que quer dizer isso? O que é marmota? ele dava risada, Você está<br />

me ofenden<strong>do</strong>? É isso? Se você tiver me xingan<strong>do</strong> você vai assinar aquele livro lá embaixo, viu. Aí ele<br />

começou a perceber, porque ele sabia o que era certo e o que era erra<strong>do</strong>, ele tinha consciência <strong>do</strong> que era certo e<br />

erra<strong>do</strong>, mas eu tive paciência, mas comecei a tomar cuida<strong>do</strong> porque eu comecei a perceber que eu estava<br />

tratan<strong>do</strong> ele igual as crianças , como um bebê, como um bebê da sala...<br />

13:27 – E – depois que você começou a fazer essa intervenção como ele respondeu?<br />

13:29 – P2- ele mu<strong>do</strong>u muito, deixou de pegar o material...<br />

13:39 – P6 – e o engraça<strong>do</strong> é que com a outra professora esse aluno, ele latia e imitava cachorro, lembra?<br />

13:40 P2- Lembro! Lembro...<br />

13:43 – P6 – eu falei, comigo você não vai fazer isso não, ...<br />

13:57 – P2 – e ele lá na alimentação, lá a gente tem um projeto alimentação, eles que se servem, eles comem,<br />

no começo ele pegava a comida com a mão e jogava debaixo da mesa ou pegava com a mão e jogava no prato<br />

<strong>do</strong> colega, ai eu comecei a ser firme com ele, falei, escuta, se você fizer isso, você vai ficar sem almoço e vai<br />

almoçar sozinho depois, quer comer sozinho? Quer vir comer sozinho? Ele falava não, então, faz o favor, se<br />

comporta que nem gente na mesa para comer direito, fui firme com ele, pegan<strong>do</strong> no pé, nossa, melhorou assim<br />

muito mesmo, ele aprendeu que o que não queria devia ficar no cantinho <strong>do</strong> prato, que não podia jogar no chão<br />

nem no prato <strong>do</strong> outro, eu acho que ele evoluiu muito, muito, consideravelmente, não na aprendizagem da<br />

escrita mas no comportamento...<br />

14:42 P3- Ah eles melhoram sim, na aprendizagem nem tanto, mas assim, no dia a dia, você trabalha as regras<br />

da classe, chega o final <strong>do</strong> ano dá resulta<strong>do</strong> ...<br />

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