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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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Porém, conforme citamos anteriormente, a compreensão <strong>do</strong> caráter político das<br />

diferenças e das relações de poder que as engendram, principalmente no que se refere à<br />

avaliação escolar, parece não ser de <strong>do</strong>mínio das professoras. Elas estabelecem uma relação<br />

com as diferenças no senti<strong>do</strong> de aceitar diferentes manifestações, consideran<strong>do</strong> como pano de<br />

fun<strong>do</strong> o padrão espera<strong>do</strong> para a idade ou ano escolar.<br />

Essa é uma questão que merece maior atenção nos processos de formação inicial e<br />

continuada <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>professores</strong>. Conforme aponta Silva (2000), existe uma relação direta entre o<br />

conceito de diferença e a construção da identidade. Para que nossos alunos construam<br />

identidades marcadas pela capacidade, perceben<strong>do</strong>-se como parte de um to<strong>do</strong>, pelo que pode<br />

ser, independente <strong>do</strong> que os outros são ou pelo que esperam dele, precisamos de um contínuo<br />

repensar sobre a forma como concebemos a diferença.<br />

Na segunda pergunta nortea<strong>do</strong>ra desse estu<strong>do</strong>, buscamos compreender ainda, os critérios<br />

a<strong>do</strong>ta<strong><strong>do</strong>s</strong> para considerar uma <strong>prática</strong> inclusiva, ou seja, uma <strong>prática</strong> <strong>pedagógica</strong> voltada para<br />

atender a to<strong><strong>do</strong>s</strong> em suas necessidades.<br />

Os da<strong><strong>do</strong>s</strong> obti<strong><strong>do</strong>s</strong> nos remetem a três principais critérios para considerar uma <strong>prática</strong><br />

como adequada: a motivação, o interesse e a participação <strong><strong>do</strong>s</strong> alunos, a meto<strong>do</strong>logia que<br />

possibilitou tal participação; e também a utilização de atividades dentro das possibilidades da<br />

criança.<br />

Como cita<strong>do</strong> anteriormente, tais critérios nos sugerem a busca pela mudança, na medida<br />

em que a criança passa a ser o centro das decisões <strong>pedagógica</strong>s, ainda que considera<strong>do</strong> seu<br />

interesse e participação.<br />

Tal situação nos revela a compreensão de uma das principais questões relativas à<br />

inclusão escolar: a necessidade de a criança fazer parte, de não ficar de fora, de constituir o<br />

grupo. Revela também a compreensão <strong>do</strong> quanto tais decisões dependem da meto<strong>do</strong>logia de<br />

<strong>ensino</strong> a<strong>do</strong>tada, da responsabilidade <strong>do</strong> professor frente às decisões <strong>pedagógica</strong>s que<br />

instiguem o interesse e participação <strong>do</strong> aluno.<br />

Conforme cita Zabala (2002), um <strong>ensino</strong> para a democracia supõe a elaboração de um<br />

currículo escolar que não apenas a reproduza, mas principalmente que a cultive.<br />

Porém, se o interesse e a participação são elementos essenciais a serem cultiva<strong><strong>do</strong>s</strong> no<br />

ambiente escolar, uma escola de qualidade para to<strong><strong>do</strong>s</strong> não se encerra nestas questões.<br />

Associada à participação, é <strong>fundamental</strong> que ocorra a progressão das aprendizagens: que<br />

cada criança, em seu tempo e dentro de suas possibilidades, possa se desenvolver e aprender o<br />

máximo possível. Nos depoimentos apresenta<strong><strong>do</strong>s</strong>, não encontramos a explicitação de tal<br />

critério para validar a experiência como positiva.

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