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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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si<strong>do</strong> proposto. No relato da professora P1 percebemos, também, que a professora, embora<br />

relate que trabalhe com muito material diferencia<strong>do</strong> de papel e lápis, considera que os avanços<br />

ainda são pequenos.<br />

136<br />

Quan<strong>do</strong> eu percebi que ele realmente estava entenden<strong>do</strong> o que estava<br />

trabalhan<strong>do</strong>, eu falei para as crianças, e dele eu sempre colocava bilhete no<br />

caderninho de bilhetes, né, tu<strong>do</strong> anota<strong>do</strong> ali, e nesse dia eu pedi para trazer<br />

amanhã tu<strong>do</strong> o que vocês acharem de plantas que nós vamos montar painéis<br />

né, to<strong>do</strong> tipo de plantas e não anotei no caderno dele, o dia foi corri<strong>do</strong>,<br />

passou que nem percebi, aí no outro dia ele chegou com um monte de<br />

gravuras de plantas, aí eu falei assim quem que recortou para você estas<br />

plantas? Eu. Onde você arrumou? No livro da minha mãe, <strong>do</strong> jeito dele de<br />

falar. No livro da minha mãe. Aí eu falei assim sua mãe viu que você<br />

pegou? Aí ele disse que havia pedi<strong>do</strong> o livro para a mãe e tal, aí eu falei<br />

mas alguém falou para sua mãe que precisava recortar plantas aí ele falou<br />

assim: “eu falei para a minha mãe!” Então eu achei muito legal porque ele<br />

realmente estava entenden<strong>do</strong> o que estava falan<strong>do</strong>. (GD- P2)<br />

Só que eu trabalho com muito material assim, eu uso as letras móveis, é o<br />

que você consegue tirar alguma coisinha dela. (GD- P1)<br />

Ao fazer algo diferente, a proposta e o material são importantes. Um<br />

complementa o outro. (GD – P3)<br />

Apesar de as professoras não manterem plena convicção de como a utilização de<br />

diferentes formas de expressão ou mesmo a utilização de outros recursos podem contribuir<br />

para a aprendizagem <strong>do</strong> aluno, ainda assim elas os utilizam e os relatam como <strong>prática</strong>s<br />

exitosas. Embora não registrem argumentos coesos que os fundamentem, a manutenção da<br />

utilização de tais <strong>prática</strong>s demonstra ser uma construção validada pela <strong>prática</strong>, ou seja, um<br />

saber experiencial, que se relaciona ainda com a compreensão da utilização de tais recursos<br />

como algo liga<strong>do</strong> a <strong>prática</strong>s mais progressivas, que extrapolam as aulas tradicionais, valida<strong><strong>do</strong>s</strong><br />

por outros <strong>professores</strong>.<br />

Conforme aponta Tardif (2007), os saberes experienciais fornecem aos <strong>professores</strong><br />

certezas relativas a seu contexto de trabalho, e englobam ainda as diferentes relações e<br />

interações desenvolvidas com as demais pessoas envolvidas no processo educativo. É na<br />

interação entre pares, entre <strong>professores</strong> mais jovens e <strong>professores</strong> mais experientes que tais<br />

saberes são partilha<strong><strong>do</strong>s</strong> e construí<strong><strong>do</strong>s</strong>, elaboran<strong>do</strong>-se um “discurso da experiência”, que<br />

informa e forma outros <strong>do</strong>centes, na medida em que fornece respostas aos problemas <strong>do</strong> dia a<br />

dia.

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