A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
sentar, ela quer quer o ...de . Aí ela fala: ela quer fazer a letra cursiva, ela senta na cadeira: “prô, vou copiar” e<br />
tenta copiar, “prô, terminei”. Aí ela tenta fazer o que a sala está fazen<strong>do</strong>, se tem uma atividade de folha que<br />
ensina o traça<strong>do</strong>, eu <strong>ensino</strong> para ela também, porque ela não quer coisa diferente. Ela parece que não quer ser<br />
diferente mesmo, né.<br />
14:32 P11 – eles não querem ser diferentes.<br />
14:33 E – e ela consegue fazer as atividades que você propõe <strong>do</strong> jeito dela? Consegue atender a proposta?<br />
14:42 P1 – se for aquela atividade <strong>do</strong> nível dela, até que ela tenta e consegue, mas pro nível da sala, porque a<br />
gente já está trabalhan<strong>do</strong> com textos ...<br />
14:53 E – mas como é que ela faz?<br />
14:59 P1 – por exemplo se é alguma atividade assim que ela tem que colocar o nome de uma figura, ela tenta,<br />
coloca letras aleatórias, mas ela tenta. Tem noção da atividade. Já quan<strong>do</strong> ela está comigo, eu vou falan<strong>do</strong>,<br />
“olhava “X”, aqui nós vamos escrever, vamos colocar o nome da figura”. Só que eu trabalho com muito<br />
material assim, eu uso as letras móveis, é o que você consegue tirar alguma coisinha dela. Tem dia que ela não<br />
está a fim de fazer nada, o seu “X” também era assim, né?<br />
15:24 P11 – Também, é o “X” é assim também...<br />
15:25 P1 – ela te abraça, tem dia que ela está mais disposta. Aproveito nestes dias para estar trabalhan<strong>do</strong> mais<br />
joguinhos...<br />
15:35 P11 – isso ai né que eu acho difícil, porque tem a sala e tem eles para trabalhar separa<strong>do</strong>. E as vezes a<br />
sala é difícil, dá trabalho...<br />
15:46 P1 – Mas eu procuro trabalhar a autonomia dela, e tem que ser assim, ela procura fazer, ela quer fazer<br />
tem coragem de fazer, e as vezes se você não explicar ela vai lá e fica colocan<strong>do</strong> as letrinhas...<br />
16:05 E – e como vocês percebem, quan<strong>do</strong> outras crianças ajudam ela consegue compreender um pouco<br />
mais, ou um pouco menos, ou não entende, como vocês percebem a aprendizagem com a ajuda das<br />
crianças?<br />
16:20 – P1 – eu acho que ajuda bastante, só que as vezes as crianças querem fazer por ela, mas eu acho que ela<br />
se sente mais segura, parece assim que ela se sente mais segura assim, “você não está me ajudan<strong>do</strong>, eu tô<br />
fazen<strong>do</strong> sozinha, né.” Dá a impressão que ela...<br />
16:35 P11 – Já com o “X” é diferente, ele não, tinha que ser eu. Ele nem aceitava a ajuda de outro colega, tinha<br />
que ser eu mesma. Eu falava para ele o que estava certo, que estava bonito, os outros não, tinha que ser eu. E<br />
nós fizemos um campeonato de pipas lá da nossa sala né, então as crianças fazen<strong>do</strong> lá o pipa e ele assim, ele<br />
pegou uma folha, ele sozinho, sem eu ajudar, aí ele <strong>do</strong>brou assim <strong>do</strong> la<strong>do</strong>, amarrou a linha, fez a rabiola, sabe,<br />
<strong>do</strong> jeito dele mas fez, deixei fazen<strong>do</strong>, e teve um prêmio, e ele teve um premio também, né, tadinho, para<br />
valorizar também ele, né, que ele fez. Ele teve um esforço, entendeu o que era para ser feito, fez com to<strong><strong>do</strong>s</strong><br />
juntos, né, e ele fez lá, tadinho, quietinho no lugar dele, fez a pipa, participou. Aí a “Y” disse, ah, nós temos que<br />
valorizar isso aí nele, né... Nossa eu fiquei contente. Então tu<strong>do</strong> que foi feito, proposto para a sala ele<br />
participou. Nunca ele ficou a parte, porque era diferente, nunca, nunca, tu<strong>do</strong> ele participou. Foi muito bom.<br />
17:43 E – legal.<br />
17:51 E – vocês já devem ter li<strong>do</strong>, ouvi<strong>do</strong> sobre a proposta oficial que orienta o trabalho, tanto diretrizes<br />
<strong>do</strong> Mec, quanto daqui. Vocês percebem questões desta proposta oficial que é possível colocar em <strong>prática</strong>?<br />
Existe uma proposta de um ideal, muitas vezes ele é possível, e em alguns momentos ele não é possível.<br />
Vocês percebem dentro das propostas para o trabalho com a diversidade que é possível usar, que<br />
percebem que é adequada na <strong>prática</strong>?<br />
(silêncio)<br />
18:53 P1 – você fala <strong>do</strong> apoio da escola, neste senti<strong>do</strong>?<br />
18:47 E – por exemplo, hoje, quan<strong>do</strong> falamos de proposta oficial, as pessoas colocam muito, que o que é<br />
ideal assim, para atender a diversidade? O ideal muitas vezes fala de algumas situações como trabalho<br />
em grupos, que uma criança possa estar ajudan<strong>do</strong> a outra, elaborar atividades que atendam a diferentes<br />
níveis de desempenho, de trabalho com projetos no qual a criança irá trabalhar com maior autonomia,<br />
são alguns exemplos que comparecem dentro da proposta oficial <strong>do</strong> MEC, da própria Seduc. Sabemos<br />
que o ideal nem sempre é possível. Você percebem dentro destas propostas que vocês tem ouvi<strong>do</strong> em<br />
capacitações, em leituras, coisas que vocês percebem como sen<strong>do</strong> possível trabalhar?<br />
19:59 P11 – Então, eu penso assim, sabe, o “X”, foi um menino assim que eu consegui trabalhar no coletivo<br />
com ele, dentro <strong>do</strong> limite dele, eu consegui. Agora, tem criança que é bem mais difícil, o problema é bem mais<br />
avança<strong>do</strong>, que a gente não sabe como fica...<br />
20:37 P1 – mas isso vai muito <strong>do</strong> aluno, não é? Porque tem dia em que ele está disposto, tem dia que ela vai<br />
bem, assim, ela vai nas terças e quintas ela vai para a sala de recursos pela manhã. É um dia que assim, para<br />
mim a tarde, quan<strong>do</strong> vai para a aula, ela não rende. Você percebe que ela já vem cansada, claro que é ótimo<br />
para ela, mas ela fica muito tempo na escola, naquele dia você não consegue ter muito retorno dela. Eu acho<br />
que depende muito dela, tem dia que você consegue que ela trabalhe em grupo,como lhe falei, mas tem dia que<br />
ela não está a fim de fazer nada...<br />
227