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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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sujeito, para além de uma mera “socialização” no senti<strong>do</strong> de compreender e seguir regras<br />

sociais, aprender e apreender a mediar suas relações com o mun<strong>do</strong> através <strong><strong>do</strong>s</strong> símbolos e<br />

signos, fato que influencia a forma como planeja e executa suas ações, suas habilidades<br />

cognitivas, na sua forma de perceber e compreender o mun<strong>do</strong>.<br />

139<br />

Para Vygotsky (1989), o desenvolvimento psicológico humano ocorre através de um<br />

processo denomina<strong>do</strong> internalização, ou seja, é um processo de mediação no qual uma<br />

atividade externa, interpessoal, modifica-se e torna-se uma atividade interna, intrapessoal. Ele<br />

identifica pelo menos <strong>do</strong>is níveis de desenvolvimento, ou seja, um desenvolvimento real,<br />

caracteriza<strong>do</strong> pelo que já foi adquiri<strong>do</strong> ou forma<strong>do</strong>, e um nível de desenvolvimento proximal,<br />

entendi<strong>do</strong> como aquilo que pode ser adquiri<strong>do</strong> / forma<strong>do</strong> com a mediação de outra pessoa. A<br />

distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que é capaz de realizar com a intervenção<br />

de outros constitui o que o autor denomina de zona de desenvolvimento proximal, na qual as<br />

interações sociais, mediadas pelos instrumentos da cultura são centrais, uma vez que<br />

possibilitam o desenvolvimento cognitivo.<br />

Cabe dizer, ainda, que, na internalização, os processos interpessoais (entre as pessoas,<br />

no nível social) são transforma<strong><strong>do</strong>s</strong> em intrapessoais (no interior da criança, no nível<br />

individual), sen<strong>do</strong> que “isso se aplica igualmente para a atenção voluntária, para a memória<br />

lógica e para a formação de conceitos. Todas as funções superiores originam-se das relações<br />

reais entre indivíduos humanos” (VYGOTSKY, 1989, p.64).<br />

Assim, as interações sociais na escola são importantes não apenas <strong>do</strong> ponto de vista<br />

sociológico, da formação de sua identidade e diferenças, mas também <strong>do</strong> ponto de vista<br />

psicológico, <strong>do</strong> desenvolvimento de sua capacidade cognitiva.<br />

eu acho que ajuda bastante, só que às vezes as crianças querem fazer por<br />

ela, mas eu acho que ela se sente mais segura, parece assim que ela se<br />

sente mais segura assim, “você não está me ajudan<strong>do</strong>, eu tô fazen<strong>do</strong><br />

sozinha, né.” Dá a impressão que ela... (GD –P1)<br />

Nos depoimentos abaixo, podemos perceber que os <strong>professores</strong> também percebem a<br />

importância da relação com o outro nas atividades de aprendizagem:<br />

Porque a sala, desde o ano passa<strong>do</strong> ela é muito querida na escola, a sala<br />

também pega isso, pois eles também querem paparicar a “X”, to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />

quer ajudá-la, então se ela senta <strong>do</strong> la<strong>do</strong>, tem sempre uma menina disposta a<br />

ajudar, vamos fazer o alfabeto agora? As meninas tão lá: é o A “X”! Ela fica<br />

esperta, e “agora é o B”, então eles cobram dela também. (GD -P1)

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